Chilenos chamados às urnas numas presidenciais carregadas de incerteza

Chilenos chamados às urnas numas presidenciais carregadas de incerteza
De  Antonio Oliveira E Silva com AFP e EFE
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O mais de 13 milhões de eleitores escolhem entre a continuidade da esquerda ou uma viragem à direita, numas das eleições mais renhidas desde que o Chile voltou à democracia.

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Alejandro Guillier e Sebastián Piñera são os dois candidatos nas presidenciais chilenas, numas eleições particularmente renhidas e depois de uma primeira volta cheia de surpresas, que abalou o panorama político de uma das mais importantes economias da América do Sul.

Mais de 13 milhões de chilenos votam este domingo. As eleições são consideradas como as mais imprevisíveis desde que o Chile voltou à democracia, há 27 anos. 

Até agora, os grandes derrotados são as empresas de sondagens, acusadas de terem substimado alguns candidatos e de terem exagerado a vantagem do candidato favorito.

Piñera é favorito, mas a incerteza também 

E o candidato favorito tem um nome. Sebastián Piñera representa a direita e foi presidente entre 2010 e 2014. Venceu a primeira volta com quase 37% dos votos na primeira volta, menos votos do que o esperado. Em segundo lugar ficou o candidato da esquerda, Alejandro Guiller, com 22% dos resultados.

A grande surpresa da primeira volta foi o resultado da candidata da extrema-esquerda, Beatriz Sánchez. A coligação Frente Amplio, formada por antigos dirigentes de associações de estudantes, tornou-se assim na terceira força política do Chile.

Uma eleição que se decide nos extremos

A vitória da esquerda ou da direita nestas presidenciais chilenas deverá depender muito do sentido de voto das forças mais à esquerda e à direita dos dois candidatos.

Se o candidato da extrema-direita, José Antonio Kast (quase 8% dos votos), deu o apoio a Piñera, a representante da extrema-esquerda, Beatriz Sánchez, não tinha dado, até sexta-feira, qualquer indicação sobre o sentido de voto dos militantes, ainda que tenha dito que iria votar em Guillier.

Quase três décadas depois do retorno à democracia, o Chile é visto como um país conservador no panorama social e político latino-americano. O divórcio foi legalizado em 2004 e o aborto foi autorizado em setembro deste ano, sendo permitido apenas em alguns casos.

Uma economia sólida nas Américas 

O sucessor da presidente Michelle Bachelet assume o cargo quando o Chile atravessa um bom momento económico. Depois de quatro anos com um crescimento médio de 1,8%. O Chile é um dos países mais estáveis e prósperos das Américas, e uma das economias mais importantes da América Latina.

O Banco Central do Chile diz, no entanto, que, este ano, o país deverá registar o menor crescimento em oito anos (1,4%), pot causa da descida do preço do cobre. O Chile é o primeiro produtor de cobre no mundo.

A Comissão Económica para a América Latina (CEPAL), prevê um crescimento na ordem dos 2,8% no Chile em 2018, evolução influenciada pela procura do cobre.

Segundo da OCDE, as desigualdades sociais continuam a marcar a estrutura social chilena, apesar das políticas sociais levadas a cabo pelos Governos de Michelle Bachelet, consideradas insuficientes à direita e contestadas pela esquerda.

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