As denúncias do deputado Garo Paylan sobre um plano para eliminar opositores do regime radicados no estrangeiro mereceram a atenção da procuradoria de Ancara.
A procuradoria de Ancara anunciou a abertura de uma investigação a uma alegada conspiração para assassinar opositores turcos a viver no estrangeiro.
A decisão surge na sequência de uma denúncia do deputado Garo Paylan, do partido Democrático dos Povos, uma formação política pró-curda, e que põe em causa o poder do presidente Recep Tayyip Erdogan.
"Esta estrutura sedeada na Turquia mobilizou certos assassinos para estes homicídios, na Alemanha, em França e noutros países europeus. Verifiquei esta informação junto de várias fontes e transmiti-a ao governo turco. Falei com ministros de relevo e com os serviços de informação turcos. As forças de segurança alemãs fizeram hoje uma declaração e aprovaram esta informação", disse Paylan.
As alegações de perseguição a opositores do regime já não são novas e desde o golpe falhado, em julho de 2016, já foram presas na Turquia mais de 55 mil pessoas.
"Como disse, conversei com ministros, com os serviços de informação e eles agradeceram-me e disseram que vão lidar com o assunto, que vão investigá-lo... Mas o problema é este: a Turquia está sob um clima político muito difícil e se se escolhe apenas uma política de segurança como a primeira solução, então submetemo-nos à burocracia da segurança", acrescentou.
As informações reveladas por Garo Paylan levaram a procuradoria a chamar o deputado para depor como testemunha, sobretudo depois de as forças de segurança alemãs terem validado as suas palavras. Contudo, o governo turco continua sem tomar uma posição oficial sobre este caso.