Governo e FARC "desalinhados" sobre implementação da paz

Governo e FARC "desalinhados" sobre implementação da paz
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De  Pedro Sacadura com EFE, AFP
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Reunião da Comissão de Seguimento, Impulso e Verificação da Implementação do Acordo de Paz juntou, esta quinta-feira, o Governo colombiano e representantes da antiga guerrilha das FARC para fazer um balanço da implementação do acordo de paz firmado a 24 de novembro de 2016

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Contra o otimismo do Presidente Juan Manuel Santos as dificuldades de implementação do processo de paz na Colômbia expressas por representantes da antiga guerrilha das FARC.

As partes estiveram reunidas esta quinta-feira na sede da governação do departamento de Bolívar, no município de Turbaco, perto de Cartagena das Índias.

O chefe de Estado reiterou o "compromisso absoluto com a paz" e disse que vai trabalhar nesse sentido "até ao último dia" do governo que lidera, a 7 de agosto.

"Tivemos oportunidade de examinar com grande detalhe os avanços, os desafios e os obstáculos que implica a construção da paz e a colocação em marcha do acordo de paz mais complexo no mundo subscrito nos últimos 30 anos", sublinhou Juan Manuel Santos.

O chefe de Estado colombiano referiu uma análise do Instituto Kroc, da universidade norte-americana de Notre Dame, para dizer que a implementação do acordo de paz com o agora partido político Força Alternativa Revolucionária do Comum (FARC) foi mais célere do que outros processos idênticos no mundo.

Mas nem tudo são rosas. Durante o encontro, a delegação das FARC - composta por Iván Márquez, Pablo Catatumbo, Rodrigo Granda, Jesús Santrich, Pastor Álape e Victoria Sandino - manifestou a preocupação com dificuldades encontradas na aplicação do acordo.

Referiram, entre outras coisas, as alterações feitas no Congresso à Jurisdição Especial de Paz e a manutenção na prisão de mais de 600 elementos da antiga guerrilha que deveriam ter sido amnistiados.

"Falamos com franqueza quando dizemos que as modificações introduzidas na Jurisdição Especial de Paz não foram o que pactámos em Havana", referiu Iván Márquez, nome de guerra de Luciano Marín, ex-insurgente das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Rodrigo Londoño (Timochenko) esteve ausente do encontro. O chefe e candidato presidencial da FARC encontra-se em Cuba a receber apoio médico. Em julho sofreu um AVC.

O antigo presidente do Governo espanhol, Felipe González, e o ex-chefe de Estado do Uruguai, José Mujica, também participaram da reunião da Comissão de Seguimento, Impulso e Verificação da Implementação do Acordo de Paz. Ainda presentes, o embaixador de Cuba, José Luis Ponce, e da Noruega, Johan Vibe.

Felipe González sublinhou que as dificuldades encontradas na implementação do acordo são "normais."

Já Mujica disse que "se a paz na Colômbia fracassar, fracassa também a história da América Latina."

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