Onde vivem os vizinhos mais barulhentos da União Europeia?

Onde vivem os vizinhos mais barulhentos da União Europeia?
De  Antonio Oliveira E Silva
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Portugueses entre os que mais se queixam, de acordo com dados de um inquérito da Eurostat, realizado em 2016. Média europeia nos 18%.

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Esqueça os clichés. Não são os espanhóis nem os italianos os mais ruidosos da União Europeia, pelo menos de acordo com as perceções dos vizinhos. Ou com as perceções dos vizinhos em 2016.

Os dados foram compilados pela agência europeia de estatistística, o Eurostat, e atualizados no final do mês de dezembro de 2016. Foram questionados residentes da UE sobre se já tinham apresentado queixa formal à polícia por causa do barulho dos vizinhos ou do ruído na rua. 

Dos 28 Estados membros da União Europeia, os malteses foram os que mais se queixaram em 2016, com 26,2%.

Uma das razões que poderia explicar o número de queixas acima da média europeia seria a elevada densidade populacional do arquipélago.

Apesar de contar com apenas cerca de 440 mil habitantes, Malta regista uma densidade populacional de 1,260 habitantes por km². O número mais elevado, se esquecermos o território birtânico de Gibraltar, o Mónaco e a Cidade do Vaticano.

Logo a seguir, no entanto, vêm países que são tudo menos mediterrânicos: A Alemanha, com 25,1% e os Países Baixos, com 24,9%. Tanto num caso como no outro, um quarto da população alemã e holandesa queixou-se do barulho dos vizinhos ou ouvido na rua em 2016.

Portugueses, os vizinhos mais ruidosos do sul 

Ainda com uma percentagem superior a 20% surge Portugal - que, aliás, regista a percentagem mais elevada da Europa do Sul: 23,1% dos cidadãos afirmam ter-se queixado do barulho feito pelos vizinhos em 2016, número semelhante ao de 2015 (23%). 

Segundo o Eurostat, a Grécia registou queixas de 19,2% dos cidadãos em 2016, enquanto Espanha e Itália 16,2%. 

No extremo oposto encontram-se os irlandeses. Apenas 7,9% dos residentes na ilha se queixou às autoridades por causa de barulho dos vizinhos em 2016.

A verdade é que o caso irlandês poderia ser o inverso de Malta, já que a Irlanda conta com apenas 65 habitantes por quilómetro quadrado.

Outros países com taxas consideradas reduzidas são a Croácia (8,5%), a Bulgária (10%) e a Estónia (10,4%).

Que fatores influenciam a nossa perceção do ruído?

Quem vive nas grandes cidades tem duas vezes mais probabilidades de queixar-se de ruído do que quem vive no campo.

Os dados do Eurostat apontam para uma média de queixas de 23,3% nas cidade europeias. A taxa desce para 10,4% nas zonas rurais.

Outro fator importante é o número de pessoas que vive em cada residência. Quanto mais pessoas vivem numa casa, menor é a tendência para que apresentem queixas por causa do ruído dos vizinhos ou do barulho que vem da rua.

São os que vivem sozinhos quem mais se queixa: De acordo com o Eurostat, 20,8% das pessoas solteiras dizem ter-se sentido incomodadas com o barulho dos vizinhos. 

No caso dos casais, a taxa desce para 17,8% e para 16,6% em casais com filhos ou onde vivem três adultos ou mais.

Nas residências sem menores, a tendência para a queixa é maior quando comparada com as taxas correspondentes às residências onde existem crianças - 18,4% para as residências onde não vivem crianças e 17,5% no caso das residências onde vivem menores.

Mas há um fator que não deve ser esquecido: o peso da cultura e das diferenças culturais. Nem tudo o que é ruído num determinado país é considerado como ruído noutro. 

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Os dados aqui analisados correspondem ao resultado de inquéritos levados a cabo em diferentes países da União Europeia, correspondendo às respostas colhidas e não ao nível de ruído real registado em cada caso ou região. 

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