Tumultos sacodem Tunísia

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Direitos de autor REUTERS/Zoubeir Souissi
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Esta terça-feira decorreu a autópsia para determinar a causa da morte de um homem de 43 anos em Teboura, oeste de Tunis

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Os tumultos regressaram à Tunísia esta terça-feira depois de um homem ter morrido durante a contestação social no dia anterior em Tebourba, a 30 quilómetros de Tunis. A mesma localidade voltou a ser palco confrontos entre manifestantes e as forças da ordem.

Dezenas de pessoas foram detidas, 11 polícias ficaram feridos e diversos edifícios foram danificados no decurso dos protestos que alastraram a diversas cidades tunisinas durante a noite, referiu o ministério do Interior.

Esta terça-feira decorreu a autópsia para determinar a causa da morte deste homem de 43 anos em Teboura, oeste de Tunis, onde decorreram confrontos durante a noite, segundo os porta-vozes dos ministérios da Saúde e Interior.

O ministério do Interior desmentiu que este homem tenha sido morto pela polícia, sublinhando que não exibia marcas de violência. Segundo o seu porta-voz, Khlifa Chibani, sofria de "problemas respiratórios".

"Durante a noite [de segunda-feira] não vimos protestos mas pessoas que partem coisas, roubam e agridem os tunisinos", afirmou o primeiro-ministro Youssef Chahed em declarações à rádio privada Mosaïque FM.

"Dizemos aos agressores e aos que os incitam que, para o Governo, a única solução consiste em aplicar a lei. O Governo está preparado para ouvir mas as pessoas que pretendam manifestar-se devem fazê-lo de forma pacífica", preveniu.

Estes incidentes são o reflexo do aumento do descontentamento social na Tunísia, em particular contra o aumento do IVA e das contribuições sociais, em vigor desde 01 de janeiro no âmbito de um orçamento de austeridade para 2018. O ministro das Finanças, Ridha Chalghoum, assegurou à AFP que o Executivo se comprometeu em não aumentar os produtos de primeira necessidade, e referiu-se à "obrigatoriedade de trabalhar para uma economia tunisina sã e onde o crescimento que despontou em 2017 se consolide para que seja criadora de empregos".

Os incidentes noturnos motivaram a detenção de pelo menos 44 pessoas, incluindo 16 de Kasserine, uma cidade pobre do centro do país, e 18 nos bairros populares perto de Tunes, indicou o porta-voz do ministério do interior. Diversas instalações das forças de segurança e estatais foram danificadas pelos manifestantes, acrescentou.

O mês de janeiro é tradicionalmente assinalado por uma mobilização social na Tunísia desde a revolução de 2011 que derrubou o regime de Zine El Abidine Ben Ali, e o contexto é particularmente tenso atualmente, com a aproximação das primeiras eleições municipais do pós-revolução, adiadas por diversas vezes e previstas para maio.

A última vaga de contestação social em janeiro de 2016, na sequência dos protestos desencadeados pela morte de um desempregado que se manifestava em Kasserine, alastrou por todo o país e forçou o Governo a decretar o recolher obrigatório durante vários dias.

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