União de Coreias no hóquei no gelo feminino desagrada a sul-coreanos

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A ideia tem sido discutida ao mais alto nível político entre os dois países, mas não é vista com agrado a nível desportivo e social.

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A menos de um mês para o arranque dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, o hóquei no gelo feminino tornou-se um inesperado caso político.

O governo sul-coreano abriu nos últimos dias a porta à criação de uma seleção conjunta com a vizinha Coreia do Norte para participar nas olimpíadas. A ideia surgiu após a reabertura de conversações entre os dois países, nas quais o desporto veio apaziguar a tensão política dos últimos meses com os ensaios militares de Kim Jong-Un.

A junção de esforços no hóquei feminino destes Jogos de Inverno é uma proposta inédita. No entanto, a intenção está longe de ter uma boa aceitação da selecionadora da Coreia do Sul, a norte-americana (de origem canadiana) Sarah Murray.

"Adicionar alguém na Coreia do Norte ou na Coreia do Sul, fazê-lo tão perto das Olimpíadas, é um pouco perigoso. Até pela química da equipa, porque as jogadoras já estão juntas há tanto tempo", disse.

A treinadora das jogadoras sul-coreanas recusa, porém, que o tema venha a ser uma eventual desculpa para os resultados: "Isso afeta as nossas jogadoras, mas não podemos deixar que isso nos incomode. Não podemos ter uma desculpa sobre o motivo pelo qual não funcionamos bem nas Olimpíadas. Temos de fazer o nosso melhor, independentemente do que está a acontecer connosco".

O desagrado com a proposta não se esgota no plano desportivo. A nível político, a fusão das duas equipas também não é consensual. O próprio ministro da Cultura, Desporto e Turismo da Coreia do Sul, Do Jong-Whan, sentiu a necessidade de vir a público dizer que as vagas das hoquistas do país não seriam prejudicadas por uma hipotética união com as colegas da Coreia do Norte.

"Em relação à equipa feminina de hóquei no gelo, as nossas 23 jogadoras permanecerão. Estamos a discutir formas de expandir a lista da equipa além das 23 jogadoras", frisou.

O caso gerou mesmo o lançamento de inúmeras petições online a contestarem a criação de uma só seleção coreana para o hóquei no gelo feminino.

Seul olha para os Jogos Olímpicos de Inverno como um meio para afirmar a paz com a Coreia do Norte. Contudo, muitos sul-coreanos preferem separar o desporto da política.

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