Centeno começa a arbitrar Eurogrupo com Grécia na agenda

Centeno começa a arbitrar Eurogrupo com Grécia na agenda
De  Isabel Silva
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Um dos desafios para a liderança de Mário Centeno no Eurogrupo é a situação na Grécia. O ministro das Finanças portugês preside à primeira reunião, a 22 de janeiro, em Bruxelas, com esse tema na agenda.

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O sino para dar início aos trabalhos do Eurogrupo vai ser usado por Mário Centeno pela primeira vez, segunda-feira, em Bruxelas, pondo em marcha a presidência que recebeu do holandês Jeroen Dijsselbloem.

Um dos desafios para a liderança do ministro das Finanças português é a Grécia.

"A Grécia ainda vive um momento bastante difícil para conseguir financiar-se nos mercados. Poderá haver um debate sobre um programa de transição para a Grécia, com algum alívio da dívida ou, em caso extremo, ter um novo resgate. É improvável, mas é uma possibilidade", disse, à euronews, Guntram Wolff, diretor do centro de estudos Bruegel e especialista em economia e governanção europeias.

Outro desafio da presidência é o facto de vários países da zona euro praticarem taxas de IRS muito baixas, com destaque para a Irlanda.

"Não é um problema que alguns Estados-membros tentem atrair as empresas, mas dar-lhes um longo período de redução de impostos, como aconteceu no caso Apple, é inaceitável", disse, à euronews, Markus Ferber, eurodeputado alemão de centro-direita e vice-presidente da Comissão de Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu.

"Espero que haja decisões do Tribunal de Justiça Europeu ainda este ano para termos um novo ponto de partida para uma concorrência mais justa. A partir daí, naturalmente, poderá haver uma maior harmonização do imposto sobre o rendimento das empresas", acrescentou.

Finalmente, espera-se um novo estilo de comunicação por parte de Centeno, menos contundente do que o de Dijsselbloem, que disse que "os países com dívidas não podiam gastar o dinheiro em bebidas e mulheres".

"Ser presidente do Eurogrupo é ter um cargo de muita exposição", afirmou, à euronews, Jim Brunsden, correspondente do jornal Financial Times em Bruxelas.

"No final das reuniões mensais dos ministros das Finanças, o presidente tem de falar com a imprensa e passar a mensagem aos mercados. Jeroen Dijsselbloem protagonizou alguns episódios controversos, mas Centeno parece ser alguém muito mais cauteloso com a comunicação e, também, com menos sede de protagonismo", concluiu o jornalista.

Assim que o novo governo alemão estiver no poder, o Eurogrupo começará a discutir a reforma da zona do euro, começando por completar a união bancária, algo muito defendido pelo governo português.

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