Tribunal Constitucional decide recurso sobre investidura de Puigdemont

Tribunal Constitucional decide recurso sobre investidura de Puigdemont
Direitos de autor 
De  Euronews com Agência Lusa
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O governo espanhol alega que Carles Puigdemont está na Bélgica e é procurado pela polícia, pelo que não pode ser investido como presidente catalão.

PUBLICIDADE

O Tribunal Constitucional espanhol reúne-se este sábado, em sessão extraordinária, para analisar um recurso apresentado pelo governo que visa suspender a designação de Carles Puigdemont como candidato à presidência do executivo catalão, informaram hoje fontes da instância judicial.

A convocação desta sessão extraordinária do Tribunal Constitucional (TC) acontece algumas horas depois de o governo central de Madrid ter decidido apresentar um recurso naquela instância judicial para impugnar a decisão do presidente do parlamento da Catalunha, Roger Torrent, de propor Puigdemont para a presidência do executivo catalão (também designado como Generalitat).

Puigdemont, atualmente na Bélgica, “não está em condições de se apresentar como candidato, […] uma pessoa que está a ser procurada pela polícia” não pode ser investida como presidente do governo catalão, disse hoje a vice-presidente do executivo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, em conferência de imprensa no final do Conselho de Ministros.

O presidente do TC, Juan José González Rivas, convocou a sessão extraordinária para as 13:00 locais (12:00 horas de Lisboa). Nesta sessão extraordinária, o TC deve decidir se admite este recurso, o que implicará, neste caso específico, a suspensão preventiva automática do acordo pronunciado no parlamento catalão.

O executivo de Madrid avançou com este recurso apesar do parecer desfavorável dado pelo Conselho de Estado espanhol, que em Espanha é o supremo órgão consultivo do executivo.

Num parecer datado de quinta-feira, o Conselho de Estado considerou que não há razões para impugnar neste momento a candidatura de Carles Puigdemont, quando ainda não se sabe se se vai apresentar em pessoa no parlamento regional para ser investido.

O novo presidente do parlamento catalão, Roger Torrent, propôs no início da semana em Barcelona o nome do líder separatista Carles Puigdemont para dirigir (novamente) o governo da Catalunha, apesar de todos os obstáculos jurídicos que isso implica.

O presidente do parlamento regional marcou a sessão de investidura de Carles Puigdemont para a próxima terça-feira, 30 de janeiro.

O bloco de partidos independentistas tem a maioria dos assentos no parlamento da Catalunha e o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, tem repetido que Madrid irá manter a sua intervenção na Catalunha no caso de Carles Puigdemont tentar regressar ao poder na região.

Os dois principais partidos independentistas catalães - o Juntos pela Catalunha (centro direita) e a Esquerda Republicana da Catalunha - apoiam a candidatura de Puigdemont.

Carles Puigdemont é acusado pela procuradoria-geral espanhola de delitos de rebelião, sedição e peculato na sequência da tentativa de criar um estado independente de Espanha.

Se o ex-presidente regional regressar a Espanha será imediatamente preso e no caso de continuar em Bruxelas terá de ser investido à distância, o que os serviços jurídicos do parlamento regional já consideraram ser contrário à Constituição.

As eleições catalãs de 21 de dezembro foram convocadas pelo chefe do governo espanhol no final de outubro, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont por ter dirigido o processo para declarar unilateralmente a independência da região.

Carles Puigdemont permanece desde outubro na Bélgica, tendo feito na passada segunda-feira a sua primeira deslocação fora daquele país para intervir numa conferência na Dinamarca.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Carles Puigdemont planeia candidatura à presidência da Catalunha

Milhares em Madrid contra o acordo de amnistia para os separatistas catalães

Oposição condena acordo de Sánchez e Puigdemont sobre amnistia a separatistas catalães