Conferência de paz terminou com uma declaração que apela a eleições democráticas. Os participantes também concordaram criar uma comissão para reescrever a Constituição síria
O Congresso para o Diálogo Nacional Sírio chegou ao fim na cidade russa de Sochi com um consenso para criar uma comissão em nome de uma reforma da Constituição que trabalhará em Genebra e que segundo a oposição serve os interesses do Presidente Bashar al-Assad e do aliado Moscovo.
A referida comissão deverá ser composta por 150 elementos, dois terços do Governo e um terço da oposição, ausente mas sempre presente durante a iniciativa promovida pela Rússia.
"O principal resultado deste Congresso é recarregar o processo político. Para que possa ajudar Staffan de Mistura [enviado especial da ONU para a Síria], a encontrar um elemento racional de forma a relançar a reforma constitucional. Antes, todos os esforços esforços neste sentido eram infrutíferos", sublinhou, em entrevista à Euronews, o enviado especial da Rússia para a Síria, Alexandre Lavrentiev.
Apesar de alinhadas na ideia de que a reforma constitucional é inevitável e importante, as forças presentes no Congresso têm ideias próprias sobre detalhes concretos.
Para muitos, o encontro foi, na prática, uma tentativa do Kremlin desvirtuar o chamado processo de Genebra, sob os auspícios das Nações Unidas.
A reunião, ensombrada pelo vazio deixado pelo boicote da oposição síria, é vista como uma proposta de negociação favorável aos interesses do presidente Bashar al-Assad.
Galina Polonskaya, Euronews - O diálogo difícil aconteceu em Sochi. A lista de candidatos para a reforma Constitucional será dada a Staffan de Mistura. O Congresso pediu à ONU para acelerar o processo de reforma, mas não foi dado um prazo.