Bagdade diz que EUA estão a reduzir efetivos no território, mas Exército iraquiano tem assistido a recrudescimento de ataques do Estado Islâmico desde que a Turquia lançou operação contra forças curdas no norte da Síria
As forças norte-americanas começaram a reduzir o número de efetivos no Iraque, dois meses depois de Bagdade declarar a "vitória" sobre o grupo extremista Estado Islâmico. A informação é avançada por um porta-voz do governo iraquiano, que precisou à agência Reuters que os Estados Unidos vão "manter a assistência [...] de acordo com as necessidades das forças iraquianas".
Na localidade fronteiriça de Al-Qaim, a curta distância da Síria, o tenente coronel Brandon Payne explica que estão "a trabalhar com as forças iraquianas para garantir que o Estado Islâmico não volte a entrar no Iraque através da fronteira".
No entanto, desde que a Turquia lançou uma vasta ofensiva contra as forças curdas das Unidades de Proteção Popular na região de Afrine, no norte da Síria, o Exército iraquiano tem registado um recrudescimento nos ataques do Estado Islâmico ao longo da fronteira com o território sírio.
Em Al-Qaim, o capitão Josh Standifer, afirma que "há um receio, entre as forças da coligação e o Exército iraquiano de que os avanços ou ações das forças turcas [...] desviem tropas da luta contra o Estado Islâmico, o que pode dar-lhe oportunidades ou liberdade de manobra [...] para atacar outras forças sírias de forma mais agressiva ou mesmo possivelmente forças de segurança iraquianas ao longo da fronteira com a Síria".
Consideradas como uma organização terrorista por Ancara, as Unidades de Proteção Popular são aliadas e armadas pelos Estados Unidos na luta contra o Estado Islâmico. A Turquia já avisou as tropas norte-americanas para não se misturarem com os combatentes curdos no norte da Síria, caso contrário "não haverá maneira de distingui-los".