Tillerson e Erdoğan em Ancara falam numa "crise ultrapassada"

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De  Antonio Oliveira E SilvaNurullah Sarac com ASSOCIATED PRESS E REUTERS
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O secretário de Estado dos EUA encontrou-se com o presidente e com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia.

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Os Estados Unidos e a Turquia acordaram uma reaproximação estratégica e anunciaram a criação de uma missão conjunta na Síria, num acordo condicionado à retirada dos milicianos curdos da zona da fronteira entre a Turquia e o vizinho do sul.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, encontrou-se com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, em Acara, durante uma visita oficial de dois dias.

O encontro entre o secretário de Estado dos EUA e Tayyip Erdoğan durou cerca de três horas. Tillerson encontrou-se também com o ministro turco dos Negócios Estrangeiros (Relações Exteriores) da Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu.

"A partir de agora, vamos atuar juntos. Vamos unir esforços. Vamos abordar os problemas que nos causam dificuldades juntos e vamos resolvê-los," disse o secretário de Estado dos EUA aos jornalistas.

De acordo com a agência Reuters, um representante do Governo turco indicou que a proposta de trabalho conjunto na Síria era um sinal de que começava a ser ultrapassada a crise vivida pelos aliados em relação ao conflito na região.

A mesma fonte disse à Reuters que a Turquia propôs também aos EUA a formação de uma força para a região de Manbij, o que poderia acontecer, mais uma vez, se os militantes do YPG abandonarem a posições a leste do rio Eufrates.

Missões conjuntas condicionadas à retirada dos milicianos curdos

"O que é importante é quem vai governar e manter a segurança nestas regiões," disse o ministro turco dos Negócios Estrangeiros. "Vamos, de forma coordenada, restaurar a estabilidade em Manbij e em outras cidades. Começaremos com Manbij, depois do YPG abandonar a zona e podemos trabalhar com os EUA, numa relação de confiança."

Se a existência de uma operação em Manbij continua no ar, a verdade é que Rex Tillerson reconheceu que Washington tinha faltado com algumas promessas feitas aos turcos e que uma possível operação militar conjunta em Manbij deverá receber prioridade no próximo encontro.

Tillerson disse ainda que reconhecia à Turquia o direito de defender as suas fronteiras, mas pediu contenção a Ancara em operações como "Ramo de Oliveira," para evitar um agravar das tensões na região.

A visita tem lugar quando a Turquia e os Estados Unidos depois de semanas de tensões, provocadas pelo apoio prestado por Washington às Unidades de Proteção Popular (YPG, sigla em língua curda), a milícia curda considerada como um grupo terrorista pelo Governo turco.

Operação "Ramo de Oliveira"

A Turquia lançou, no mês passado, a operação "Ramo de Oliveira," na região de Afrin (noroeste da Síria), para eliminar os militantes do YPG da zona perto da fronteira com território turco.

Os Estados Unidos, por outro lado, armaram e treinaram os milicianos curdos.

Ancara considera os rebeldes curdos em território sírio como próximos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), organização em conflito com o Estado turco, como um grupo terrorista.

O PKK também é definido como um grupo terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

No entanto, o caso das Unidades de Proteção Popular é diferente, pelo menos aos olhos de Washington. Os milicianos do YPG são um dos grandes aliados dos Estados Unidos na Síria.

Washington diz que os milicianos são essenciais na luta contra os jiadistas do autoproclamado Estado Islâmico ou DAESH (sigla em língua árabe) na região.

De acordo com o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Mevlüt Çavuşoğlu, os representantes deverão encontrar-se, mais uma vez, a meio de março.

Editor de vídeo • Antonio Oliveira E Silva

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