SPD: "sim" ou "não" à coligação com Angela Merkel?

SPD: "sim" ou "não" à coligação com Angela Merkel?
De  Euronews
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O SPD está dividido e vai a votos. Os membros mais antigos do partido concordam com uma coligação governamental para evitar a instabilidade na Alemanha. O líder da juventude do SPD faz campanha pelo "não" e prefere que o partido se mantenha na oposição.

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Este é o homem que quer parar o próximo Governo alemão.

Kevin Kühnert é o líder da juventude do Partido Social-democrata - e está em campanha pela Alemanha.

Kühnert pretende que os partidários do SPD se oponham a um novo Governo de coligação com os Democratas-Cristãos de Angela Merkel.

Após meses de negociações, os mais de 460 000 membros do SPD terão a palavra final através do voto por correio.

Um "não", como resultado, acabaria com as esperanças de um novo Governo alemão para breve.

"Estamos contra esta coligação desde o início, muito devido ao resultado das eleições. O SPD e a União Democrata Cristã perderam 14% dos votos. Não acreditamos que seja tarefa desses partidos formarem, novamente, esta coligação", afirma o jovem político.

Para conseguir que o "não" chegue à vitória, Kevin Kühnert precisa do apoio da juventude do partido.

Acredita-se que os correligionários mais velhos votem favor de uma nova coligação, temendo a instabilidade.

Para Kühnert, o argumento da instabilidade não se sustenta: "Não creio que a última coligação tenha sido assim tão estável. Em vez disso, não conseguiu tomar decisões. No final, as duas partes continuam a bloquear-se. Mesmo os projetos que foram inscritos no acordo de coligação não foram implementados porque os parceiros não os podiam implementar juntos. Agora, alguns meses depois, virem dizer que vamos conseguir um Governo que funcione bem... Ninguém conseguiu, ainda, explicar-me como é que isso é possível".

Kühnert não é o único em campanha.

Por toda a Alemanha, os líderes do SPD estão a promover encontros com correligionários para promover o "sim" à coligação.

Em Berlim, o deputado Fritz Felgentreu prepara-se para um debate. A sua posição é clara: "No passado, o SPD trabalhou numa grande coligação e acabou por perder as eleições. É por isso que muitos membros estão céticos sobre juntarem-se a um novo Governo. Estou, totalmente, a favor. Poderíamos fazer muitas coisas importantes pelas pessoas que votaram em nós, mas só podemos conseguir alguma coisa, quando estamos no Governo. É por isso que devemos ir em frente", assegura.

As sondagens dão uma ligeira vantagem ao "sim".

No entanto, as bases estão divididas. São muitos os que defendem que o SPD deve voltar à oposição, mesmo depois de ter conseguido obter vários ministérios, durante as negociações. Não é apenas a Alemanha que aguarda o escrutínio dos membros do SPD com ansiedade

Os líderes europeus esperam uma resolução rápida e o retorno da Alemanha como um líder forte no seio da União Europeia.

O jornalista da euronews, Jona Källgren, relata: "O resultado das eleições do SPD será anunciado no dia 4 de março. Se for um "sim", então, dez dias depois, Angela Merkel iniciará o quarto mandato como chanceler. Se vencer o "não", então, provavelmente, a Alemanha irá novamente a eleições e a Europa enfrentará mais incerteza".

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