O medo e a falta de medicamentos são dois dos problemas com que se depara a organização Médicos Sem Fronteiras a operar no enclave rebelde sírio
A organização Médicos Sem Fronteiras faz o que pode para dar resposta aos pedidos de ajuda em Ghouta, na Síria. Os bombardeamentos atingiram 13 unidades hospitalares, duas ficaram reduzidas a escombros. Amaury Gregoire da MSF conta em que condições vive e trabalha, por estes dias, na região.
"A situação é muito difícil e já era complicada desde novembro, altura em que a violência se reinstalou. A situação já era difícil em dezembro e no início de fevereiro. Há dias, assistimos a um enorme fluxo de feridos nos hospitais onde prestamos ajuda. Há informações que dão conta de 1285 feridos e 237 mortos nas estruturas onde estamos presentes.
A capacidade de resposta diminui consideravelmente e o medo das equipas médicas aumentou. Várias estruturas foram atingidas durante os bombardeamentos e isso aumentou o medo de quem trabalha em estruturas que não foram atingidas. Falo tanto dos profissionais e como dos doentes que foram transferidos para as caves dos hospitais.
Há um enorme problema com o abastecimento e acesso aos medicamentos, que é uma das principais necessidades. O stock que, atualmente, nos permite manter a funcionar determinadas estruturas está diminuir drasticamente e há material médico hospitalar que deixamos de ter" afirma.