Parlamento grego aprova uso da canábis para fins medicinais

Parlamento grego aprova uso da canábis para fins medicinais
Direitos de autor REUTERS/Michaela Rehle
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De  João Paulo Godinho
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O projeto não é consensual e ainda vai ser trabalhado a nível jurídico, mas pode ter um forte impacto positivo na economia grega.

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A Grécia abriu esta semana a porta à produção e comercialização de canábis para fins medicinais. A aprovação do documento na generalidade pelo parlamento grego está longe de ser consensual num país ainda algo conservador.

No entanto, o elevado impacto que esta nova indústria pode ter na frágil economia acabou por levar o Estado a dar o primeiro passo na liberalização.

De acordo com a imprensa grega, não faltam investidores interessados em apostar neste setor e uma empresa canadiana poderá estar pronta para avançar com mil milhões de euros e a criação de milhares de empregos.

O ministro da Saúde, Andreas Xanthos, enalteceu a coragem do Executivo liderado por Alexis Tsipras em avançar com esta medida.

"Acreditamos que estamos a tomar um passo cuidadoso e ousado. Claramente ousado, considerando os reflexos conservadores de uma parte de nossa sociedade e do qual a oposição tenta agora retirar ganhos políticos. É um passo ousado, seguro, científico, de mente aberta, e seguramente controlado", afirmou.

Por sua vez, a oposição prometeu não dar tréguas até derrotar as intenções do governo. Kostas Vlasis, deputado do partido Nova Democracia, visou o ministro e disse que a sua saída do cargo era uma questão de tempo: "A partir de agora e no espaço de um ano você não vai estar mais nesse cagor. Fique a saber que não permitiremos que o nosso país, que a Grécia, se torne um vasto campo de cultivo de canábis".

O clima habitualmente quente da Grécia é considerado ideal para a produção da cultura de canábis.

Esta decisão, que vai originar a criação de um enquadramento legal para a produção, vem na linha de um debate que tem percorrido vários países europeus.

Portugal não é exceção nesta matéria e neste momento estão em discussão dois projetos-lei do PS e do BE na Comissão parlamentar de Saúde. Os diplomas devem conhecer o seu futuro ainda em março.

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