Kyung Wha Chung subiu ao palco, em Roma, para tocar o concerto para violino de Brahms, um monumento do romantismo.
A poucos dias de festejar 70 anos, Kyung Wha Chung subiu ao palco, em Roma, para tocar o concerto para violino de Brahms, um monumento do romantismo. A artista sul-coreana fez-se acompanhar pela Orquestra de Santa Cecília, sob a direção de Antonio Pappano.
Para Kyung Wha Chung, é no palco que se exprime o poder da música.
"O palco é o meu espaço. Eu pertenço ao palco. No palco, posso expressar o que me vai na alma, sem palavras: expressar paixão, ira, tristeza. Com o violino toco diretamente o coração e a alma das pessoas. Faz-nos chorar de tristeza e de alegria", contou a violinista sul-coreana.
"Ela dedicou a vida à música e o som que ela produz representa toda a sua experiência: os momentos que passou no palco, em que praticou e em que tocou com outros músicos", sublinhou o maestro Antonio Pappano.
O concerto para violino de Brahms é considerado como o monte Evereste do repertório para violino.
"Depois da cadência, é cantabile é lírico. Há um sentimento de fraqueza e de ânsia, em busca do divino. O último andamento soa a música cigana, zíngara. É muito húngaro. Eu tinha de mostrar esse sabor húngaro", frisou a violinista.
Em 2005 Kyung Wha Chung magoou o indicador da mão esquerda. Graças ao acidente, acabou por aceder a uma nova dimensão da experiência musical.
"Foi uma bênção disfarçada. Comecei a trabalhar a música na minha cabeça. O dedilhar, o arco, o fraseado, as cores. Podia trabalhar o tempo todo. Quando era mais nova, não conseguia trabalhar sem o violino", contou Kyung Wha Chung,
O diretor artístico da orquestra elogiou o percurso da violinista sul-coreana.
"A música requer dedicação, perseverança, trabalho árduo, transpiração. Ela dá tudo o que tem", afirmou Antonio Pappano.
Antonio Pappano e Kyung Wha Chung. Cortesia Warner Classics.