Migração e direitos humanos na agenda UE-Turquia

Protestos contra a visita do presidente da Turquia para cimeira com UE
Protestos contra a visita do presidente da Turquia para cimeira com UE Direitos de autor REUTERS/Stoyan Nenov
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De  Isabel Marques da Silva com EFE
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Atualmente a presidir à União Europeia, a Bulgária acolhe a cimeira entre o bloco e a Turquia, seu vizinho poderoso, segunda-feira, em Varna. A Bulgária quer ajudar a distender a relação entre as partes, com as questões dos direitos humanos e da migração a dominarem a agenda.

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A recusa de asilo a nove dissidentes turcos e a deportação de oito foi recordada por ativistas pelos direitos humanos, esta segunda-feira, em Varna. Esta cidade da Bulgária acolhe a cimeira entre a União Europeia e a Turquia, um vizinho poderoso desse Estado-membro, em particular, e do bloco comunitário, em geral.

A Bulgária preside, atualmente, à União Europeia e quer mediar para distender a tensão atual entre as partes, mas há quem acuse o país de demasiada subserviência face à Turquia.

"O que o governo búlgaro fez com esses dissidentes políticos vai contra todos os valores europeus. Uma conduta digna às vezes requer uma postura mais firme. Caso contrário, não podemos ser verdadeiros parceiros. Ninguém levaria a Bulgária a sério, em particular a Turquia", afirmou Antony Todorov, analista político na Universidade Nova da Bulgária.

Um dos temas mais importantes na relação da União Europeia com a Turquia é a migração, com a Bulgária a ter um papel importante na defesa de uma das fronteiras externas do bloco comunitário.

O país espera entrar rapidamente na zona Schengen, mas mantendo boas relações com a vizinha Turquia, cujo presidente, Recep Tayyip Erdogan, se vai reunir com os líderes da Comissão e do Conselho europeus, Jean-Claude Juncker e Donald Tusk, respetivamente.

Recep Tayyip Erdogan confirmou que, com os líderes europeus, abordará o acordo entre Bruxelas e Ancara para impedir o fluxo de refugiados que chegam à Europa, pacto que, após dois anos de vigência, conseguiu reduzir em 97% as chegadas irregulares às ilhas gregas, de acordo com dados do ministério da Migração da Grécia.

A este respeito, insistiu na sua reiterada crítica de que, embora a Turquia tenha cumprido a sua parte, que consiste em aceitar de volta os imigrantes que chegam à Grécia a partir do seu território, a União ainda não pagou a quantia em dinheiro acordada.

A União iniciou este mês o desbloqueamento de uma nova tranche dos três mil milhões de euros.

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