Puigdemont atrás das grades 143 dias após ter deixado a Catalunha

Prisão de Puigdemont motiva manifestações pela Catalunha
Prisão de Puigdemont motiva manifestações pela Catalunha Direitos de autor REUTERS/Thomas Nyfeler
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De  Francisco Marques
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O antigo presidente da "Generalitat" foi detido domingo na Alemanha e é presente a um juiz germânico, que vai decidir a eventual extradição do fugitivo espanhol

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Carles Puigdemont passou a primeira noite na prisão desde que no final de outubro tentou impôr a independência da Catalunha, acabando por evadir-se para a Bélgica para evitar a prisão em Espanha por alegada rebelião contra a Constituição.

Quatro meses e 23 dias após ter deixado a Catalunha, o ex-presidente da "Generalitat" foi detido domingo após entrar de carro na Alemanha, oriundo da Finlândia via Dinamarca.

Esta segunda-feira, o independentista é presente a tribunal e o próprio advogado belga do até há pouco fugitivo â justiça espanhola admite que a prisão preventiva é uma forte possibilidade, num processo que poderá demorar dois meses a decidir a eventual extradição exigida por Madrid.

O belga Paul Bekaert alega contudo que "existem muitos argumentos para que a Alemanha rejeite o mandado de detenção europeu".

"Acima de tudo porque está a ser usado para prender opositores políticos. Também vão ter em conta de que a Espanha se está a tornar numa ditadura e já não tem democracia porque os eleitos estão ser colocados atrás das grades", reforçou o advogado belga de Puigdemont.

O advogado catalão do ex-líder castalão, Jaume Alonso-Cuevillas viajou domingo para Bruxelas e é esperado esta segunda-feira em Hamburgo.

A detenção de Puigdemont na Alemanha provocou manifestações na Catalunha promovidas por grupos independentistas catalães, autodenominados Comités de Defesa da República, que exigiam a libertação do ex-presidente regional. Os protestos rapidamente degenararam em confrontos com as autoridades.

De acordo com  os serviços de emergência locais, cerca de uma centena de pessoas teve de receber assistência médica, incluindo pelo menos vinte e dois "mossos de esquadra", os agentes da policia regional da Catalunha

Pelo menos nove pessoas acabaram detidas sob acusação de atentado contra a autoridade.

Destaques dos últimos 143 dias de Carles Puigdemont

30 de outubro: Puigdemont deixa Espanha rumo a Bruxelas, capital da Bélgica e sede da União Europeia, na companhia de cinco membros do governo regional que havia liderado até ativação dois dias antes do artigo 155, que suspendeu o executivo catalão;

21 de dezembro: O ex-presidente da "Generalitat" é indicado no exílio como cabeça de lista do partido Junts pel Sí (JxSi) nas eleições antecipadas para a Catalunha pelo artigo 155;

2018

22 de janeiro: Puigdemont surge em público no colóquio na Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, no mesmo dia em que o presidente do parlamento catalão o propõe como candidato a presidente da "Generalitat";

27 de janeiro: O Tribunal Constitucional de Espanha proíbe a investidura à distância de Puigdemont;

02 de fevereiro: Carles Puigdemont fixa residência na localidade belga de Waterloo, numa moradia de 500 metrpos quadrados;

01 de março: Puigdemont renuncia "de forma provisória" à investidura e propõe para o cargo de líder da "Generalitat" o número dois da JxSí, Jordi Sanchez, que se encontra em prisão preventiva;

18 de março: Puigdemont participa, na Suíça, no Festival de Cinema e Fórum Internacional de Direitos Humanos de Genebra, onde permanece até dia 21 para intervir num evento do Instituto de Altos Estudos Internacionais;

22 de março: O ex-presidente da "Generalitat" viaja para a Finlândia, em mais um passo da respetiva campanha internacional a favor do processo de independência da Catalunha, a convite de um conjunto de deputados locais simpatizantes da afirmação catalã;

23 de março: O Supremo Tribunal de Espanha emite uma ordem de detenção europeia contra cinco pessoas implicadas no processo independentista da Catalunha e que se encontram fugidas à justiça, entre eles Puigdemont;

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24 de março: É confirmado pelo advogado catalão de Puigdemont, Jaume Alonso-Cuevillas, que o político catalão já teria abandonado Helsínquia;

25 de março: Carles Puigdemont é detido na Alemanha, nas proximidades de Hamburgo, após ter entrado de carro no país, oriundo da Finlândia via Dinamarca.

Outras fontes • El País, La Vanguardia, El Confidencial

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