"Há uma abertura e sentem-se mudanças" na Bielorrússia

"Há uma abertura e sentem-se mudanças" na Bielorrússia
De  Euronews
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A jornalista da Euronews Valérie Gauriat fala no nosso estúdio sobre a experiência vivida durante a reportagem no território da "última ditadura da Europa"

A jornalista da Euronews Valérie Gauriat esteve na Bielorrússia, onde entrevistou alguns membros da oposição ao governo de Aleksandr Lukashenko e pôde ver por dentro as celebrações outrora proibidas do chamado Dia da Liberdade.

De volta ao estúdio da Euronews, em Lyon, Valérie revelou-nos ter sido "até fácil" chegar à fala com alguns dissidentes bielorrussos. "Todos querem exprimir-se e falar aos meios de comunicação. Em especial aos estrangeiros", referiu.

Os opositores do regime dizem que o problema "não é tanto o que se vê, mas mais o que não se vê". Falam de "intimidação". "Há histórias de pessoas que perderam o trabalho por terem falado demais", revelou.

"Há uma abertura e sentem-se mudanças. O simples facto de ter havido celebrações no 25 de março é um forte sinal disso. Há um novo diálogo entre o governo e a sociedade civil. O governo bielorrusso tem um novo plano de ação para os direitos humanos. Estão a pensar fazer alterações na constituição, reformas no sistema eleitoral e mudanças à pena de morte, a pedido da União Europeia", detalhou Valérie.

A jornalista sentiu que "de uma forma geral, as autoridades estão muito inclinadas em melhorar as relações com a União Europeia para conseguir uma nova posição de poder e influência entre Bruxelas e a Rússia, de quem são muito dependentes."

"O processo será provavelmente muito longo, como me disse o ministro dos negócios estrangeiros. As mentalidades têm de evoluir", acrescentou.

O governo diz "querer mudar", mas "o líder da oposição não acredita". "Diz não ser suficiente e que a repressão continua forte. A tortura ainda é utilizada, acusam. E a oposição é reprimida com algumas raras exceções", afirmou a jornalista da Euronews.

Existe mesmo o medo de uma invasão russa na Bielorrússia?

"Encontrei-me com a líder do clube de imprensa [bielorrussa]. Ela sublinhou-me que desde os acontecimentos na Ucrânia, alguns meios de comunicação russos começaram a questionar a independência da Bielorrússia e o idioma bielorrusso -- um dos dois oficiais, a par do russo. Metade dos conteúdos nos meios de comunicação bielorrussos são em russo. Por isso, a preocupação não é tanto numa anexação física, mas mais numa conquista a partir de dentro e num ressurgir forte da influência russa. Esses, diria, são os maiores receios", considerou Valérie Gauriat.

Mas um ponto de vista diferente e mais redutor para a própria Bielorrússia. "Outras pessoas alegam que é um país pequeno, sem interesse geopolítico, por isso Moscovo não tem assim tanto interesse em invadir a Bielorrússia. Além disso, a Bielorrússia já depende economicamente da Rússia, por isso Moscovo nem precisa de colocar mais pressão no país", referiu a jornalista com base em alguns dos testemunhos que recolheu durante a reportagem na Bielorrússia.

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