Rússia bloqueia Telegram

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De  Nelson Pereira
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O regulador russo para os meios de comunicação, Roskomnadzor, suspendeu o funcionamento da aplicação de mensagens Telegram em território russo

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A Entidade Reguladora russa para a Comunicação Social anunciou esta segunda-feira que começou a bloquear o acesso ao serviço do Telegram, uma das aplicações de mensagens mais populares do país.

O Serviço Federal de Supervisão de Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Média (Roskomnadzor) tinha recebido na sexta-feira luz verde do tribunal distrital de Tagansky para suspender o Telegram em território russo.

Esta medida é o culiminar de um braço-de-ferro que dura cerca de um ano.

Segundo os serviços secretos russos, FSB, o Telegram é a aplicação mais utilizada pelas organizações terroristas para planear atentados e terá sido usada na organização do ataque suicida que matou 15 pessoas no metro de São Petersburgo, em abril de 2017 .

No dia 20 de março, Roskomnadzor enviou uma notificação ao Telegram informando que a aplicação estava a violar a lei da informação ao recusar fornecer ao FSB os dados necessários para decifrar a correspondência dos suspeitos do ataque em São Petersburgo. O Supremo Tribunal da Rússia reconheceu legitimidade às exigências do FSB.

O governo russo tinha dado um prazo até 4 de abril aos responsáveis do Telegram para revelarem ao FSB o algoritmo de encriptação das mensagens, esta exigência foi porém ignorada pelo Telegram. Após a recusa, o processo em tribunal foi posto em marcha pelo regulador russo para os meios de comunicação, Roskomnadzor, que acusou a Telegram de não cumprir com os requerimentos legais impostos aos "distribuidores de informação".

De acordo com uma pesquisa publicada em janeiro pelo instituto russo Momri, o Telegram é usado na Rússia por 19% das pessoas que têm smartphones. O WhatsApp é a aplicação de mensagens mais popular no país, com uma adesão de quase 60%, enquanto o Viber regista 36% e o mensageiro do Vkontakte, a rede social mais popular da Rússia, 32%.

O Telegram foi desenvolvido pelos irmãos russos Pavel e Nikolai Durov. "A privacidade não está à venda, e os direitos humanos não devem ser sacrificados pelo medo ou a ganância", escreveu Pavel Durov no Twitter, na sexta-feira.

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