Macron: visão e desafios para o futuro da União Europeia

Parlamento Europeu em Estrasburgo
Parlamento Europeu em Estrasburgo
De  Joao Duarte Ferreira
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O discurso de Macron em Estrasburgo demonstra capacidade de visão mas os desafios são consideráveis.

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No muito aguardado discurso em Estrasburgo, o presidente francês lançou o alerta perante todos os eurodeputados e comissários provenientes de todos os estados-membros que "o nacionalismo egoísta" estava a ganhar terreno chegando mesmo a afirmar que se vive um ambiente de "guerra civil" na Europa.

"Reapareceu uma forma de guerra civil na Europa onde as nossas diferenças, por vezes mesmo os nossos egoísmos nacionais, parecem mais importantes do que aquiloque nos une ao resto do mundo. Perante as grandes convulsões mundiasi, as grandes transformações, no momento em que vivemos temos necessidade de uma soberania que seja maior do que a nossa, complementar e não de substituição que permita fazer face às grandes migrações, à incerteza planetária, às transformações económicas, sociais e ambientais, e de fornecer respostas adequadas" disse Macron perante os eurodeputados.

O discurso de Macron e a sua visão foram aplaudidos no hemiciclo. No entanto também se levantaram vozes críticas.

"Em vez de andar como um sonâmbulo, para utilizar a sua frase, isto deverá ser apresentado aos eleitores por toda a Europa com um anúncio em letras maiúsculas e sublinhadas dizendo que os estados membro tornar-se-ão menos e menos soberanos, à medida que a UE se torna cada vez mais soberana, tal como é o seu objetivo", retorquiu Syed Kamall, eurodeputado conservador britânico.

No entanto, independentemente dos elogios ou críticas, a visão de Macron coloca desafios consideráveis como explica este jornalista.

"Penso que Macron se apercebeu que ele sozinho, nem mesmo em conjunto com a Alemanha, não poderá realizar qualquer projeto porque aqui no parlamento europeu existem muitas sensibilidades diferentes" afirma Enrique Serbeto do diário espanhol ABC.

Seja como for, os dados estão lançados. Os desafios contudo são consideráveis pois implicam conciliar as diferenças entre norte e sul, leste e oeste e entre pequenos e grandes.

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