Milhares de pessoas manifestaram-se na capital Yerevan e a polícia acabou por recorrer a gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.
A tensão é cada vez maior nas ruas de Yerevan, onde milhares de pessoas se concentraram para protestar contra a investidura de Serzh Sargsyan como novo primeiro-ministro da Arménia.
Alguns ativistas saíram mesmo feridos depois de confrontos com a polícia, que recorreu a gás lacrimogéneo para afastar a multidão. Foram igualmente detidas dezenas de pessoas esta quarta-feira, naquele que é já o quinto dia de protestos dos arménios.
Depois de servir como presidente na última década, Sargsyan, de 63 anos, viu o parlamento confirmar na terça-feira a sua indicação para chefe de governo. Uma manobra que para muitos não passa de uma tentativa de Sargsyan para manter o poder.
O agora líder do Executivo já ocupou igualmente este cargo entre 2007 e 2008, ano em que acabou por se apresentar como candidato às eleições presidenciais e que venceu, sendo eleito para um primeiro mandato de cinco anos. Em 2013 conseguiu a reeleição e foi chefe de Estado até 2018.
Na origem desta transição está a alteração constitucional aprovada em referendo em 2015. A maioria dos poderes passou para a esfera do primeiro-ministro, deixando a presidência como um cargo essencialmente cerimonial.
A oposição acusa Sargsyan de mudar o sistema político do país no seu interesse pessoal.
Durante meses, Sargsyan negou qualquer intenção de se tornar primeiro ministro, mas em março mudou a sua posição para partilhar os benefícios da sua experiência como presidente.