Ópera rara de Verdi na Met Opera com Plácido Domingo e Sonya Yoncheva

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De  Katharina RabillonElza Gonçalves
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"Luisa Miller" de Verdi regressa à Metropolitan Opera, em Nova Iorque, com um elenco fantástico: a soprano búlgara Sonya Yoncheva ao lado de Plácido Domingo.

É uma oportunidade rara assistir à encenação da ópera "Luisa Miller", de Giuseppe Verdi. A Metropolitan Opera, em Nova Iorque, decidiu apresentá-la ao público esta temporada.

A soprano búlgara Sonya Yoncheva e o tenor polaco Piotr Beczała desempenham os papéis principais. O espetáculo conta ainda com o tenor Plácido Domingo, desta vez num papel para barítono.

"Desde que comecei a cantar ópera, como tenor, sempre admirei este compositor pela música inacreditável que nos deu a cantar. Ao ouvir a música desta ópera, eu disse: 'Meu Deus, ele também trata bem os barítonos!``´'. Agrada-me muito o que ele escreveu para barítono", afirmou Plácido Domingo, em entrevista à euronews.

A cantora Sonya Yoncheva venceu o concurso Operalia, em 2010, uma competição mundial de Ópera lançada por Plácido Domingo, em 1993. Desde então, a soprano búlgara tem conquistado o público graças a grandes papéis, nomeadamente, o papel principal da ópera "Tosca" de Giacomo Puccini.

"Eu tinha acabado de desempenhar um grande papel de diva na ópera 'Tosca' e, por isso, a personagem Luisa, nesta ópera, pareceu-me demasiado inocente. Mas, pouco a pouco, comecei a gostar muito dela e adaptar a minha voz", admitiu a soprano búlgara.

A ópera "Luisa Miller", estreada em 1849, marca uma transição na carreira de Verdi, entre os anos de juventude e a composição dos grandes clássicos do compositor italiano como "Rigoletto" e "La Traviata".

"É uma ópera muito bem concebida do ponto de vista psicológico e dramático. O Verdi era um verdadeiro homem do teatro. Não se limitava a compor. A música estava ao serviço do teatro", afirmou o tenor polaco Piotr Beczala.

O libreto de “Luisa Miller”, escrito por Salvatore Cammarano, com base numa peça de Friedrich von Schiller, gira em torno dos laços entre um pai e uma filha dilacerada por um amor impossível.

"Como habitualmente, trata-se da história de um triângulo amoroso: uma mulher, o amante e o pai, que é uma figura protetora. Na maioria dos casos, eles têm um laço emocional forte", sublinhou o tenor polaco.

"Infelizmente, na sua própria vida, bastante cedo, o Verdi perdeu a mulher e os dois filhos", recordou Plácido Domingo. "Uma das músicas mais emotivas tem a ver com a relação entre filha e pai. Acontece nas óperas 'Rigoletto', em Simon Boccanegra, e aqui em 'Luisa Miller'", acrescentou o tenor espanhol.

"Ela aceita completamente a morte como um novo patamar do amor. Ela convenceu-se a si própria e convenceu o amante, Rodolfo, de que a morte é a única forma de ficarem juntos", comentou a cantora búlgara.

"No final de cada ópera, o Verdi investe toda a sua inspiração, criando melodias de grande beleza. É impossível não chorar quando se canta Verdi", confessou Plácido Domingo.

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