Atentados junto a dois centros de recenseamento eleitoral provocam mais de 50 mortos e mais de uma centena de feridos
Pelo menos 57 pessoas morreram e cerca de 120 ficaram feridas este domingo de manhã, em Cabul, capital do Afeganistão, após um bombista suicida ter-se feito explodir à porta de um centro de registo eleitoral.
O balanço de vítimas foi confirmado pelo Ministério da Saúde afegão. O porta-voz do organismo disse á agência Pajhwok Afghan News que entre os mortos há pelo menos 21 mulheres e cinco crianças, e nos feridos foram identificadas 47 mulheres e 16 crianças.
A maioria das vítimas deste atentado em Cabul, já reivindicado pelo grupo terrorista autoproclamado Estado Islâmico ("daesh"/ ISIL), aguardavam no local para receberem os cartões de eleitor.
O processo de recenseamento é tido como muito importante para a credibilidade do presidente Ashraf Ghani e para as eleições legislativas programadas para outubro no Afeganistão, para as quais é preciso registar cerca de 10 milhões de eleitores.
O chefe de Estado condenou o ataque numa declaração partilhada pelas redes sociais.
"Desejo que a misericórdia de Deus a todos os mártires e uma rápida recuperação para os feridos. Envio as mais sentidas condolências às famílias das vítimas. Já instruí importantes instituições para disponibilizarem apoio e cuidados a quem foi afetado", lê-se no twitter oficial de Ashraf Ghani.
Os aliados internacionais do Afeganistão pressionaram o presidente afegão para realizar as eleições legislativas ainda este ano, antes das presidenciais previstas para 2019.
A explosão foi espoletada por um bomista suicida que se aproximou a pé do centro de recenseamento e ali detonou os explosivos que transportava.
Mais a norte no país, houve outro ataque também próximo a um centro de registo eleitoral na cidade de Pul-i Khumri.
Uma explosão à beira de uma estrada atingiu uma viatura, matou seis membros de uma família e feriu outros três. Não há qualquer indicação de que as duas explosões, esta a norte e a de Cabul, estejam relacionadas.
Mais de 7000 centros de recenseamento foram instalados pelo Afeganistão para permitir o registo dos cerca de 10 milhões eleitores existentes no país.
O processo tem sido prejudicado por diversos problemas técnicos e estruturais, agora também por atentados.
O atentado de Cabul reforçou as críticas dos habitantes à alegada falta de investimento do Governo na segurança da capital.