A Euronews esteve presente no grande encontro do cinema persa, em Teerão.
Começa mais uma edição do Festival de Cinema Fajr, na capital Iraniana.
O encontro abre com "Para Além das Nuvens", de Majid Majidi, filme nomeado aos Óscar, a história de dois irmãos que sobrevivem nas favelas de Bombaim.
Reza Mirkarimi é o diretor do festival desde há três edições. Contou à Euronews como é difícil fazer cinema independente no Irão.
"Aceitei o a responsabilidade de dirigir o festival com uma condição: Que as autoridades n ão tentassem interferir. Pudemos, eu e a minha equipa, escolher todos os filmes que passam no festival. Nos últimos três anos, há menos interferências, já que o Governo vê o Festival com bom olhos. Por isso, trabalhamos livremente."
Nos últimos anos, os realizadores persas têm vindo a ser reconhecidos a nível internacional, mesmo nos Oscars. Muitos tiveram de deixar o país, como Jafar Panahi e Mohammad Rasoulof.
Deborah é jornalista. Vive fascinada com o cinema iraniano:
"O Irão é realmente aquele caso de país que faz cinema ainda que reprimido. As pessoas expressam-se ainda que não possam dizer o que querem e encontram metáforas e comparações para o expressarem. Falam das coisas sem faze-lo e acho os filmes deles fascinantes."
No encontro, celebraram-se também cento e vinte anos de cinema persa. Os realizadores iranianos encontram-se entre os mais profílicos do mundo.
O festival de cinema de Fajr é o melhor lugar para descobrir as riquezas do cinema iraniano, mas os realizadores que encontrámos pedem mais liberdade de expressão.