Varoufakis: "Dizer que há retoma na Grécia é um insulto"

Varoufakis: "Dizer que há retoma na Grécia é um insulto"
De  Euronews
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De passagem por Lisboa, Yanis Varoufakis pinta um retrato negro da Grécia e explica como Merkel não conseguiu impedir a formação do atual governo português.

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O pior na Grécia ainda está para vir. São palavras do homem que enfrentou quase sozinho a Alemanha, deixando a Europa em suspenso. A história de Yanis Varoufakis, o célebre antigo ministro das Finanças grego, continuou a ser escrita com a criação de um novo partido, o Movimento Democracia na Europa 2025 (DiEM25). Entretanto, esteve em Lisboa para as celebrações do 25 de abril. Em entrevista à Lusa, explicou como Angela Merkel não conseguiu impedir a formação do atual governo português e retratou a Grécia assim:

"Cada dia é pior que o anterior. Toda esta conversa sobre a retoma da Grécia, o virar da página, é mais um insulto ao povo grego. Há constantemente cortes nas pensões, nos salários... Sabia que 33% dos gregos recebe menos de 380 euros ilíquidos por mês?

O governo grego já legislou a introdução de mais cortes nas pensões e de mais impostos sobre as famílias mais pobres a partir de janeiro de 2019. Já se comprometeram a aumentar exponencialmente o número de despejos de famílias pobres. Ou seja, é claro que as coisas não vão mudar este verão, como se anuncia.

Este governo português nunca poderia ter existido se a Grécia não tivesse combatido em 2015. O esmagamento do governo Syriza custou muito capital político a Angela Merkel. Era impossível para ela esmagar a vossa esquerda também. Por isso é que o vosso executivo teve luz verde para avançar e houve um certo grau de tolerância nas vossas medidas para acabar com a austeridade. Vê? Precisamos de um movimento pan-europeu.

O Movimento Democracia na Europa é uma tentativa de fazer aquilo que os nossos avós não conseguiram fazer em 1930. A seguir a 1929, os progressistas de diferentes países e diferentes partidos não se conseguiram unir para travar a queda da Europa no abismo do nazismo e da guerra. É isso que temos de fazer neste momento, porque os riscos são idênticos e já estão aí, com a subida da extrema-direita em todo o lado".

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