Anúncio do presidente norte-americano de retirar os EUA do acordo nuclear com o Irão levantou um mar de reações
Foi por volta das 19h, hora de Lisboa, que Donald Trump anunciou a retirada dos EUA do acordo nuclear com o Irão.
As reações começaram a surgir minutos depois da decisão do governo norte-americano.
IRÃO: "Os EUA é um país que nunca cumpre"
Hassan Rohani, presidente do Irão, reagiu minutos depois da decisão de Trump. Num discurso carregado de crítica aos EUA, disse que o país de Trump "nunca cumpre os acordos internacionais".
Depois de tecer várias críticas à credibilidade do país, o presidente do Irão disse ainda que o país "irá manter o acordo com os outros países." e que "se os interesses do Irão forem respeitados, o Irão compromete-se a comparecer no acordo nuclear, mesmo perante as oposições."
ISRAEL
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi dos primeiros a reagir à decisão de Donald Trump. Admitiu que o acordo nuclear com o Irão era "desastroso" e que a decisão dos EUA foi a "mais correta".
UNIÃO EUROPEIA
Federica Mogherini, chefe da diplomacia da União Europeia pediu à comunidade europeia para se manter no acordo, apesar da decisão de Donald Trump.
Num discurso breve, Federica confirmou o que já tinha sido avançado durante a tarde, que a UE irá continuar no acordo nuclear com o Irão.
"O acordo nuclear pertence a toda a comunidade internacional e a UE está determinada a preservá-lo.", disse no discurso.
ONU
António Guterres, Secretário-geral da ONU, manifestou-se, através de um porta-voz. Mostrou-se "profundamente preocupado" com a retirada dos EUA e o reforço de sanções. Apelou aos países que fazem parte do acordo nuclear ao “respeito total pelos compromissos”.
FRANÇA
Emmanuel Macron lamentou, através do Twitter, a decisão de Donald Trump e disse que "o regime de não proliferação nuclear está em risco".
O presidente francês disse ainda que o país irá "trabalhar no sentido de haver um esforço colectivo para um acordo abrangente, que cubra a actividade nuclear, o período pós-2015, a atividade balística e a estabilidade no Médio Oriente, nomeadamente na Síria, no Iémen e no Iraque", disse Macron.
TURQUIA
Foi o ministro da Economia que reagiu à decisão dos EUA. Anunciou que a Turquia vai continuar a negociar com o Irão.
"A partir de agora, vamos continuar a negociar com o Irão dentro do quadro possível e não prestará conta a ninguém sobre o assunto", disse Nihat Zeybekci.
ARÁBIA SAUDITA
Num comunicado oficial, o governo saudita mostrou apoio à decisão de Donald Trump.
“O apoio passado da Arábia Saudita ao acordo nuclear entre o Irão e os países do P5 + 1 baseou-se na sua firme crença na necessidade de trabalhar em tudo o que limitaria a proliferação de armas de destruição em massa no Oriente Médio e no mundo”, lê-se no comunicado.
No documento oficial, governo da Arábia Saudita disse ainda que "espera que a comunidade internacional adote uma postura firme e unida em relação ao Irão e as suas ações hostis e desestabilizadoras contra a região e seu apoio a grupos terroristas, especialmente as milícias Hezbollah e Houthi.".
E também...Barack Obama
Barack Obama também reagiu à decisão de Donald Trump. O ex-presidente norte-americano publicou na rede social Facebook um comunicado, mais tarde partilhado no Twitter, onde admite que a decisão dos EUA "foi um erro grave".