Eletricidade como solução para frota pesada ainda é miragem

Eletricidade como solução para frota pesada ainda é miragem
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De  Stefan GrobeIsabel Marques da Silva
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Os carros elétricos estão a ganhar terreno no mercado de ligeiros mas ainda se está longe de ter a reposta tecnológica para o setor do transporte pesado, essencial à economia europeia. Este é um dos temas em destaque na Cimeira Europeia de Negócios, em Bruxelas.

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Os carros elétricos estão a ganhar terreno no mercado de ligeiros, mas ainda se está longe de ter a reposta tecnológica para o setor do transporte pesado, essencial à economia europeia.

Contudo, a pressão para ter menos emissões de gases poluentes que causam danos ao planeta exige maior investimento e debate.

Este é um dos temas em destaque na Cimeira Europeia de Negócios, em Bruxelas.

"Na nossa frota de automóveis, a rotatividade é de cinco a dez anos. Já nos veículos pesados, tais como camiões e autocarros, há uma maior durabilidade. O que está em causa é a rapidez com que se substituem os veículos e penso que isso vai começar a acelerar a partir de 2020, em todas as frotas", explicou Nicola Shaw, responsável pela rede energética britânica.

Aplicar aos veículos pesados a lógica de usar baterias, em vez de derivados de petróleo, não é evidente do ponto de vista técnico, mas também do ponto de vista ambiental.

Essas baterias são feitas de matérias-primas que se esgotam, tais como lítio e cobalto.

"Não existe um carro de emissões zero. São libertadas emissões de gases durante todo o ciclo de produção, desde a extração de materiais, ao fabrico de peças, passando pela montagem e depois pela utilização do veículo. Temos que ter cuidado para não fazer transferência das emissões de uma das fases para a outra, acabando por não haver nenhuma diferença em termos de redução", advertiu Neville Jackson, consultor em engenharia e meio ambiente.

O problema agudiza-se com a falta de alternativas para os combustíveis líquidos nos transportes aéreos e marítimos, um enorme desafio na estratégia de transição para uma economia de baixas emissões de carbono.

É preciso pensar numa lógica diferente da atual, diz Ananth Krishnan, consultor em tecnologia automóvel: "Tem que se refletir sobre o que é realmente um risco. Todos queremos fazer o melhor para o planeta, que representa o risco de uma forma global, incluindo questões como recursos naturais, poluição, biodiversidade e assim por diante".

"Mas podemos evitar todo e qualquer risco? Devemos pensar de outro modo: se os recursos fossem abundantes e o custo da energia fosse zero, o nosso comportamento seria diferente do que é hoje? Faríamos algo de diferente? Esse é o ponto de partida para a inovação nos setores das tecnologias, transportes e meio ambiente", concluiu.

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