Acordo entre Governo de Temer e camionistas em greve

Acordo entre Governo de Temer e camionistas em greve
Direitos de autor 
De  António Oliveira e Silva com REUTERS E AGÊNCIA BRASIL
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Regresso é normalidade deverá ser progressivo. Principal associação de profissionais fica fora do acordo.

PUBLICIDADE

O Governo brasileiro chegou a acordo com os camionistas para suspender um protesto de quatro dias que poderia vir a afetar gravemente a maior economia da América do Sul.

Brasília prometeu mudanças nos preços do gasóleo e os trabalhadores prometeram que o movimento social ficaria suspenso durante 15 dias.

Com o acordo, prevê-se também um corte nos impostos sobre o gasóleo, medida que precisa, no entanto, da aprovação do Congresso, que deverá analisar a proposta na próxima semana.

O Executivo Federal poderá ter de vir a gastar o equivalente a mais de mil milhões de euros para compensar a petrolífera Estatal Petrobras por eventuais perdas relacionadas com a necessidade de estabilização dos preços.

Reuters
A greve dos camionistas afetou os principais setores de atividade económica no Brasil e os postos de abastecimento de gasolina não foram exceção.Reuters

O acordo entre o Governo de Michel Temer e os camionistas foi conseguido com certa rapidez, até porque a pressão começava a fazer-se sentir em vários setores de atividade, desde os postos de gasolina, com consequências para o transporte público, aos supermercados, com falta de alimentos essenciais nas prateleiras dos supermercados.

Um acordo flexível

O acordo implica um corte de 10% nos preços do gasóleo, medida anunciada pela Petrobras, numa medida que deverá durar 30 dias. Posteriormente, os preços deverão ser avaliados a cada 30 dias.

A Petrobrás deverá ser compensada pelo Estado sempre que o preço de venda do gasóleo seja inferior ao preço da refinaria. Poderão ser transferidos para a petrolífera o equivalente a mais de 160 milhões de euros por mês.

Para a Petrobás, o acordo é "altamente positivo e uma vitória para a companhia," já que os fundos a transferir permitirão que a empresa "preserve sem problemas" a sua política de preços.

Um retorno à normalidade progressivo

Com a suspensão da greve, o regresso à normalidade não será conseguido de forma imediata. De acordo com a Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), um dos principais grupos responsáveis pela greve, são precisos pelo menos 12 dias para.

A Abcam não assinou o acordo, ao contrário de outros grupos e sindicatos do setor, que saem fortalecidos do movimento social, que começou na passada segunda-feira.

A greve atingiu 25 dos estados da União, tendo sido registados cerca de 500 bloqueios de estradas em todo o território brasileiro.

De acordo com os media brasileiros, cerca de um milhão de camionistas terá participado no movimento social.

Esta sexta-feira, as linhas de montagem de todas as construtoras de automóveis instaladas no Brasil devem permanecer paradas por causa da greve.

O Brasil luta para recuperar da mais grave recessão económica em décadas e as greves dos camionistas poderiam tornar-se num sério obstáculo a essa recuperação.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Greve na Petrobras declarada ilegal, camionistas continuam com movimento

Greve dos camionistas no Brasil continua apesar das ameaças do governo

Temer ordena às Forças Armadas que desbloqueiem estradas do Brasil