A cineasta francesa faz 90 anos
Realizadora, cenógrafa, atriz, artista plástica, feminista - uma mão cheia de designações que caracterizam, mas não chegam para definir a personalidade de Agnès Varda. Este ano esteve ao lado de Cate Blanchet entre as 82 mulheres que desfilaram em Cannes a favor de uma maior representação feminina no Cinema.
O primeiro filme, "La Pointe Courte", em 1955, abre-lhe a porta grande ao movimento da Nouvelle Vague, em França. Foi a única mulher a a cruzá-la enquanto cineasta.
Estreia-se aclamada pela crítica, mas desprezada pelo público. Nada que lhe trave o caminho.
Nas duas décadas seguintes, dirige mais de duas dezenas de obras.
1985 marca um ponto de viragem na carreira da realizadora. O filme "Sans Toit Ni Loi", com Sandrine Bonnaire como protagonista, ganha um Leão de Ouro em Veneza e quatro Césares, da Academia Francesa.
Em 2008, leva a sua vida para o grande ecran. Chamou ao filme "As Praias de Agnès".
Ganhou vários prémios ao longo da carreira. Sobretudo na Europa. Este ano, foi distinguida com o Óscar honorário da Academia norte-americana de Cinema. No mesmo ano em que foi nomeada na categoria de Melhor documentário, com "Olhares Lugares", uma obra que dirige com a filha, Rosalie Varda.
Tornou-se com este documentário na mais velha realizadora a ser nomeada para os Óscares.
Aos 90 anos, continua a preencher todos os dias. No presente, ou, como disse numa entrevista recente, "sem nostalgia".