A estratégia geopolítica de Angola passa pela Commonwealth. Luanda pediu a adesão do país à comunidade dos países anglófonos, confirmando assim a indicação que o presidente João Lourenço tinha deixado, na recente entrevista exclusiva à Euronews.
Já é oficial: Angola pediu a adesão à Commonwealth - a Comunidade das Nações - constituída maioritariamente por estados que fizeram parte do antigo império britânico.
A confirmação veio através da conta Twitter do ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Boris Johnson. O chefe da diplomacia britânica congratula-se com a decisão e mostra-se ansioso por receber o presidente angolano, João Lourenço, em Londres.
A notícia não é surpreendente. Na entrevista concedida em exclusivao à Euronews na semana passada, João Lourenço já tinha deixado a indicação que a estratégia geopolítica do país seguia nesse sentido, ao afirmar: "não se admirem que estejamos a pensar em pedir agora a adesão à Francofonia e daqui a uns dias estejamos também a pedir adesão à Commonwealth".
Na altura, João Lourenço explicou as razões desta decisão: "... a exemplo do que se passa com Moçambique, que está ali encravado em países anglófonos, - tem o Malawi, a Tanzânia, a própria África do Sul - e acabou por aderir à própria Commonwealth, também Angola está cercada, não por países lusófonos, mas por países francófonos e anglófonos".
Moçambique e o Ruanda são, para já, os únicos dois país dos 53 que compõem a Commonwealth, a não terem sido colónias britânicas.
Angola é membro fundador da CPLP - Comunidade dos Paises de Língua Portuguesa. Muitos observadores vêem nesta decisão de Luanda uma forma de diversificar as parcerias estratégicas internacionais, sobretudo após o resfriar das relações com Portugal, na sequência do escândalo judicial que envolveu o ex-vice-presidente, Manuel Vicente
As relações entre Lisboa e Luanda têm vindo a apaziguar-se nos últimos meses e espera-se que o primeiro-ministro, António Costa, visite Angola brevemente.