Migração: Eurodeputados de Itália e de França "em choque"

Migração: Eurodeputados de Itália e de França "em choque"
Direitos de autor Karpov / SOS Mediterranee/handout via REUTERS
De  Gregoire LoryIsabel Marques da Silva
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A polémica com o navio de resgate de migrantes Aquarius revelou a incapacidade da União Europeia em ter uma estratégia concertada. Os governos de Itália e de França têm trocado críticas em tom mais duro e a euronews falou com dois eurodeputados desses países durante a sessão plenária em Estrasburgo.

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A polémica envolvendo o navio de resgate de migrantes Aquarius revelou a incapacidade da União Europeia em definir uma estratégia concertada.

Os governos de Itália e de França têm trocado críticas em tom mais duro e a euronews falou com dois eurodeputados desses países durante a sessão plenária em Estrasburgo.

"Há hipocrisia por parte do presidente Macron, mas também existe uma hipocrisia que se generaliza por toda a União Europeia em relação ao acolhimento e gestão de migrantes. A Itália já fez demais", disse Mario Borghezio, eleito pela Liga, partido eurocético na coligação que governa Itália.

A eurodeputada liberal francesa Nahtalie Griesbeck, próxima do presidente francês, afirmou que "a responsabilidade é coletiva e recuso-me a entrar numa batalha contra Matteo Salvini, que não respeita as regras do direito internacional. Confio no presidente Macron e na sua vontade de colocar a unidade europeia em primeiro lugar durante o seu mandato".

Sobre eventuais soluções que evitem que se repita o atual cenário, os eurodeputados defendem maior cooperação com África, que ponha um travão à migração.

"Precisamos de ajudar a África, em vez de abrir as nossas portas na Europa a milhões de migrantes para os quais não temos nem a possibilidade, nem o interesse económico ou social em receber", afirmou Mario Borghezio.

Já Nahtalie Griesbeck alega que "em vez de deixar que as pessoas entrem em botes e sejam vítimas dos traficantes, deveríamos organizar um sistema de migração em parceria com os países terceiros, subscrito por todos os países da União, por forma a evitar que as pessoas se aventurem no mar."

Há três anos que divisões no interior da União Europeia fazem arrastar a discussão sobre uma política de migração e asilo comum e o tema volta à mesa dos líderes na cimeira, em Bruxelas, no final deste mês.

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