O estado de urgência da economia iraniana

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De  Javad MontazeriAntónio Oliveira e Silva
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Teerão tem de lidar com novo pacotes de sanções económicas da parte de Washington.

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O Irão é uma das 30 maiores economias do mundo, mas, nos últimos tempos, o país enfrenta um agravamento da queda da moeda nacional, o rial.

O Banco Central da República Islâmica tentou inverter a tendência com uma série de medidas, mas os resultados não foram os esperados. Houve mesmo uma greve no Grande Bazar de Teerão como sinal de protesto contra o controlo dos câmbios.

A economia iraniana, que tinha recuperado das sanções nos últimos tempos, sofre com o abandono do acordo nuclear alcançado com o Ocidente, da parte dos Estados Unidos.

Javad Seyyed Pur é professor de Economia na Universidade de Teerão. Explicou à Euronews que o Governo não tem sido hábil na gestão das taxas de câmbio:

"Existem três razões para o declínio da moeda iraniana. A má de gestão no controlo das moedas estrangeiras, a instabilidade das variáveis económicas internas e as pressões externas e sanções. De acordo com estatísticas oficiais, os iranianos guardam em casa até 20 mil milhões de dólares.

Para manterem o dinheiro seguro, as pessoas correm aos centros de câmbio para comprar moeda estrangeira, especialmente euros e dólares.

O Governo decidiu então criar centros de câmbios de forma a controlar as taxas, mas a medida não ajudou nada e foi muito criticada em todo o país.

O Governo de Assan Rohani decidiu então limitar o acesso ao dólar, assim. Proibiu também a importação de mais de mil produtos,  para apoiar a produção nacional e parar com a saída de divisa do país.

O economista Javad Seyyed Pur diz que foi assim que começou a contração económica no Irão.

Em abril, o Governo iraniano impôs uma taxa fixa de conversão entre o rial e o dólar. Nas ruas, é pedida uma taxa de câmbio duas vezes superior à definida pelo Governo.

A consequência não poderia ser outra: sobem os preços das importações e diminui o poder de compra.

Os iranianos esperam por melhores dias, mas a situação económica não deverá melhorar em breve.

As sanções anunciadas pelos Estados Unidos não foram, até ao momento, impostas . No entanto, a economia iraniana tem vindo a sofrer os efeitos nocivos das tensões provocadas pela Administração Trump, crítica com a política de diálogo e aproximação do antigo presidente, Barack Obama.

As autoridades iranianas prometem fazer frente aos novos pacotes de restrições económicas.

Mas os cidadãos estão preocupados com a deterioração das condições económicas por causa do regresso das sanções.

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