Palavras críticas do Presidente dos EUA ouviram-se antes da cimeira da NATO em Bruxelas. O encontro decorre num contexto de divisão entre a Europa e os EUA em vários domínios
Num pequeno-almoço com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, antes da cimeira da Aliança Atlântica, em Bruxelas, Donald Trump ditou o tom do discurso que promete manter no encontro.
O Presidente dos EUA disse que a "Alemanha é totalmente controlada pela Rússia" o que "é mau para a organização." Também acusou os europeus de contribuírem pouco do ponto de vista financeiro para a NATO.
"Tanto quanto sei a Alemanha está refém da Rússia porque importa de lá grande parte da energia. Temos de proteger a Alemanha mas o país recebe energia da Rússia. Expliquem isso. Sabem bem que não pode ser explicado", disse Trump numa alusão ao projeto do gasoduto Nord Stream II. A construção deverá arrancar este mês e vai ligar Ust-Luga, na Rússia, a Greifswald, na Alemanha, atravessando do mar Báltico.
A ministra alemã da Defesa contra-atacou a ofensiva do Presidente dos EUA que perguntou ainda porque é que os EUA devem "proteger o país da Rússia" se a Alemanha "faz acordos" com Moscovo.
"Não percebo o que quer dizer. É difícil explicar mas sim, se existe uma região e país que assistiram a uma mudança no comportamento da Rússia, essa região foi a Europa e no seio da Europa, a Alemanha", sublinhou Ursula von der Leyen durante um evento em Bruxelas, esta quarta-feira, à margem da cimeira.
"Por outro lado, espero que o Presidente parta desta cimeira para o encontro com Vladimir Putin com um forte sinal de determinação e unidade", acrescentou.
A par da polémica contribuição financeira dos aliados, da agenda da cimeira de dois dias em Bruxelas consta também a discussão das relações da Aliança com Moscovo.
A 16 de julho, Trump e Vladimir Putin reúnem-se em Helsínquia, na Finlândia.