A escravidão moderna, um problema do mundo inteiro

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De  Antonio Oliveira E Silva com REUTERS
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A ONG Walk Free diz que é em África que se encontram os níveis mais elevados de escravidão, mas que só os países ricos têm o poder de resolver o problema.

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A Coreia do Norte e a Eritreia possuem os níveis mais altos do que é definido pelas Nações Unidas como escravidão moderna, flagelo que afeta cerca de 40 milhões em todo o mundo.

É o que diz Global Slavery Index 2018, estudo realizado pela Walk Free Foundation, em colaboração com a Organização Internacional do Trabalho, e apresentado esta semana, que relaciona o incremento do número de escravos com fatores como conflitos e a existência de os governos autoritários.

Fiona David, da Minderoo Foundation, coordenou a recolha de dados. Diz que tanto a Coreia do Norte, como a Eritreia e o Burundi possuem "uma rede de trabalhos forçados com o patrocínio do Estado" e que, em casos como estes "o Governo coloca as pessoas a trabalhar para seu próprio benefício."

O chamado top 5 dos países com índices mais elevados fica completo, este ano, com a China, o Paquistão e a Nigéria, onde se concentra cerca de 60% das vítimas registadas em todo o mundo.

Em termos absolutos, a Índia, com mais de mil milhões de habitantes, é o pais com o maior número de escravos, com oito milhões de pessoas a trabalhar sem condições mínimas aceitáveis em 2018.

Há dois anos, o mesmo índice apontava para a existência de mais de 18 milhões de pessoas em situação de escravidão no subcontinente indiano.

No entanto, a redução drástica nos números absolutos fica a dever-se, diz a Walk Free, a uma mudança na metodologia.

Na Coreia do Norte, pelo menos um em cada 10 habitantes encontra-se em situação de escravatura e a maioria das pessoas trabalha de forma forçada para o Estado, diz a Walk Free.

Mas o Governo norte-coreano não está sozinho. No Burundi, o Governo também obriga os cidadãos a trabalhar em condições que as Nações Unidas definem como de escravidão.

A Human Rights Watch é uma das organizações de defesa dos Direitos Humanos que implica as forças de segurança do Estado africano da região dos Grandes Lagos em desaparecimentos forçados e em mortes nunca explicadas perante a Justiça.

O flagelo de África

Ainda no continente africano, os países com índices de escravidão moderna mais elevados são, por exemplo, a República Centro-africana e o Sudão do Sul.

Com mais de nove milhões de pessoas em situação de escravidão, África tem o nível mais elevado de todos os continentes, de acordo com o estudo.

O investigadores alertam também para o facto dos hábitos de consumo nos países mais ricos influenciarem a situação de pessoas que trabalham como escravos.

Todos os anos são comprados vários milhões de euros em produtos manufaturados por pessoas em condições de escravidão.

Andrew Forrest, um dos fundadores da Walk Free, diz que a escravidão dos Tempos Modernos é "um problema do mundo desenvolvido."

"Somos os consumidores e podemos resolvê-lo."

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