Incêndios na Grécia: presidente da câmara de Atenas afirma que há lições importantes a tirar

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O país começa agora a perguntar-se se a tragédia poderia ou não ter sido evitada.

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É domingo à tarde no município de Rafina, cerca de 30 kilómetros a leste de Atenas. Os voluntários da Cruz Vermelha Helénica preparam-se para mais uma missão extenuante, a de encontrar as pessoas desaparecidas nas áreas atingidas pelas chamas.

Angelo, que lidera o grupo, disse que nunca viu uma situação como esta desde que está na Cruz Vermelha. "Dos colegas, voluntários, com quem tenho falado, são poucos os que viveram uma catástrofe destas nos últimos vinte anos," disse.

Depois de fazerem exames e receberem instruções sobre a operação, os voluntários dirigem-se à localidade de Mati, um nome agora conotado com o horror e a destruição.

"Nas ruas onde vamos fazer buscas, esperamos encontrar vítimas," comenta Angelo.

No Mati, a terra está queimada e muitos edifícios estão reduzidos a cinzas. Angelo e a sua equipa avançam com precaução e inspecionam metro a metro a extensão da superfície ardida. Por vezes aventuram-se a entrar em casas ardidas.

Desta vez, a Cruz Vermelha não encontrou vítimas mas, segundo as autoridades, pelo menos 25 pessoas estão ainda desaparecidas.

No porto de Mati, outro grupo de voluntários oferecem alimentos e assistência à comunidade, tal como fazem noutras zonas da Grécia onde assistem grupos de risco.

"Esta situação é diferente porque não se trata de um grupo económicamente carenciado. Neste caso as pessoas precisam de sentirem-se acompanhadas e precisam de apoio psicológico para ultrapassar a tragédia,” comentou um voluntário.

Afligido pela dor, o país começa agora a interrogar-se sobre os porquês do sucedido, a determinar responsabilidades e a perguntar-se se a tragédia poderia ter sido evitada, ao exemplo de um campo de férias na zona, onde mais de 600 crianças foram salvas a tempo.

Para o presidente da câmara de Atenas, Giorgos Kaminis, há lições importantes a tirar da tragédia. "Pessoalmente, eu entendo situações de crise com esta como oportunidades para a mudança. Para mudarmos a forma como construímos, a forma como organizamos as nossas comunidades, a forma como treinamos membros de organizações locais para criar capacidade de resposta, a forma como nos preparamos para gerir situações graves de risco tem que mudar. Penso que desta vez vai mudar," afirmou.

Mudança é de facto aquilo que os gregos exigem. Para que tragédias como esta não voltem a acontecer.

O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras é alvo de fortes críticas por parte da oposição mas também por parte da população, que está chocada com o elevado número de vítimas do incêndio. O primeiro-ministro comprometeu-se a tomar medidas para fazer face à construção clandestina ou em àreas não urbanizáveis como as da faixa da costa de Mati e arredores, que impedem os acessos necessários para o combate às chamas.

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