Alta velocidade entre Lyon e Turim divide governo de Itália

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De  João Paulo Godinho com Reuters
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O projeto ferroviário que prevê um túnel nos Alpes está a criar polémica no seio do governo italiano.

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O projeto de ligação ferroviária entre Lyon e Turim é de alta velocidade, mas passar do papel à realidade tem sido tudo menos rápido. São já quase trinta anos de debate e quatro acordos internacionais entre Itália e França, o primeiro em 1996.

A construção até 2029 do túnel no lado ocidental dos Alpes faz parte do "Corredor 5", uma rede multimodal comunitária desenhada pela União Europeia para ligar Lisboa até Kiev. No entanto, a ligação está parada numa encruzilhada política em Itália.

O novo governo transalpino divide-se sobre o plano. De um lado, a Liga, do vice-primeiro-ministro Matteo Salvini, que está a favor; do outro lado, o Movimento 5 Estrelas, do também vice-primeiro ministro, Luigi di Maio, que se opõe à obra .

Na última cimeira entre Itália e França, o presidente francês, Emmanuel Macron, garantiu perante o ex-primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, o compromisso gaulês com a construção do túnel.

A obra na base do Mont Cenis e as duas estações internacionais em Susa e Saint-Jean-de-Maurienne representam o trecho internacional da linha férrea de alta velocidade, com 57,5 quilómetros de extensão: 45 kms em França, 12,5 kms em Itália.

O custo do segmento transfronteiriço está avaliado em 8,6 mil milhões de euros. Nesta empreitada, a União Europeia entra com 40% da verba, enquanto Itália contribui com 35% e a França com os restantes 25%.

Prós e contras do projeto

O Treni Alta Velocitá, também conhecido por TAV, enfrenta ainda a oposição dos habitantes das comunidades alpinas. Por isso, o projeto foi rebatizado como 'No TAV' na região italiana.

O custo considerado excessivo e o impacto ambiental da construção são mesmo os principais obstáculos para diversos movimentos.

Em sentido contrário, defende-se que este projeto vai aliviar a poluição no Vale do Pó, no Norte de Itália, por onde passam cerca de quatro milhões de camiões de mercadorias por ano, sem outra ligação alternativa.

A Comissão Europeia estima que o projecto vai também impulsionar a economia local, com a criação directa e indirecta de quase 15 000 postos de trabalho.

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