O navio Aquarius aguarda que um governo europeu autorize o desembarque dos 141 migrantes resgatados na costa da Líbia.
No Mediterrâneo, o tempo é de espera. O navio Aquarius voltou ao mar para resgatar migrantes ao largo da costa da Líbia e é no mar que aguarda autorização para desembarcar. Mas a luz verde ainda não foi dada por nenhum governo europeu.
Depois de Itália e Malta terem recusado o aportamento de embarcações com pessoas resgatadas, são vários os navios que agora recusam prestar assistência a migrantes no Mediterrâneo.
"Muitos barcos, muitos navios mercantes que resgataram pessoas ficaram no mar durante dias e dias, à espera de um local um local seguro. A nossa preocupação agora é a de que isto esteja a desencorajar os comandantes dos navios de cumprir seu dever. Hoje vemos que os navios estão a mudar de curso para não prestar assistência e ajudar as pessoas em perigo", explica Aloys Vimard, da organização Médicos Sem Fronteiras.
A bordo do Aquarius, 141 migrantes aguardam o desembarque. Alguns já se arrependem de ter rumado à Europa. Austen veio da Nigéria e é um deles: "Eu quero ser o mais sincero possível... Se soubesse que seria assim, honestamente, do fundo do meu coração, não teria embarcado nesta viagem".
Muitos dos navios que resgatam pessoas atravessam o Mediterrâneo em atividade comercial. O tempo de espera e as recusas para o desembarque por parte de alguns países levam a que agora poucos queriam arriscar a ajudar quem precisa.
As organizações humanitárias que comandam est operação de resgate recusam devolver os migrantes à Líbia e apelam aos governos da União Europeia por uma resposta rápida.