Atenas recebe o fim do resgate sem ilusões

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De  Euronews
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A Euronews esteve nas ruas da capital grega, onde falou com reformados e trabalhadores sobre o início do que é descrito como uma nova etapa na vida económica e social dos helénicos.

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Fora do resgate, mas não livre da austeridade, a Grécia concluiu mais um programa de assistência financeira, ainda que os helénicos saibam que o caminho é difícil. A taxa de desemprego mantém-se acima dos 20%, a dívida representa 180% do Produto Interno Bruto.

A Grécia precisa de décadas para pagar o que deve aos credores, num estado das coisas que os gregos conhecem bem.

A Euronews falou com algumas pessoas nas ruas de Atenas, onde o clima é de resignação mais do que celebração.

"Deixámos o resgate. Vão subir, os salários? Vão baixar os impostos? Vamos ter um futuro melhor?  Não sabemos de nada. Temos de esperar para ver," disse, Nikos, reformado. 

Um pouco mais à frente, no centro da cidade, encontrámos Vicky Papachristou, de 45 anos.

É contabilista e diz que não tem qualquer tipo de ilusão:

"Deixar o programa de resgate não significa nada porque os salários não vão subir e os serviços de saúde são péssimos.

Tudo é horrível por isso, para nós, não significa nada. Vamos festejar o quê? Mais do mesmo?"

Também reformado, Mikhalis Konstaninidis, de 73 anos diz que tem medo de ver quanto lhe depositam na conta todos os meses:

"Sou reformado e vou todos os meses ver se me cortaram mais a pensão. Que vou eu festejar?"

Reformas devem continuar

O Comissário Europeu para a Economia, Pierre Moscovici, diz que a Grécia está a caminho da recuperação sustentável, agora que sai do programa de resgate.

Mas a União Europeia vai continuar a acompanhar a situação de perto.

"Não pensemos que não é preciso disciplina ou reformas, ou que as lições do passado devem ser esquecidas. Isso seria uma idiotice," disse Moscovici.

A Grécia é agora um país normal. O que é que isto significa? Significa que não há mais programa, que não vamos monitorar as reformas que a Grécia efetuar no futuro. Isto significa que não vamos impor qualquer tipo de medida ou de decisão", continuou.

O comissário europeu defende que a Grécia precisa de continuar a implementar reformas. Moscovici disse ainda que o crescimento económico da Grécia deve rondar os 2% este ano e em 2019.

A Grécia foi o país da União Europeia mais atingido pela crise económica e financeira.

Nesta fase, concluiu-se um ciclo de programas de assistência a países da zona euro, que começou em 2010 e que prestou ajuda financeira a países como Portugal, Irlanda, Espanha e Chipre.

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