UE reconhece erros de Bruxelas e de Varoufakis no resgate à Grécia

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De  Euronews
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A União Europeia reconhece que houve erros por parte de Bruxelas durante os programas de resgate à Grécia, mas, em entrevista exclusiva à Euronews, o comissário europeu para os Assuntos Financeiros e Económicos aponta também o dedo ao ex-ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis.

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A União Europeia reconhece que houve erros por parte de Bruxelas durante os programas de resgate à Grécia, mas, em entrevista exclusiva à Euronews, o comissário europeu para os Assuntos Financeiros e Económicos aponta também o dedo ao ex-ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis.

"Houve erros. Sei que houve erros inicialmente. Pensámos que a situação na Grécia era mais robusta do que era, que os alicerces eram mais sólidos. Pela minha parte, talvez tenhamos demorado algum tempo a tomar as medidas necessárias de solidariedade. Estivemos muito perto de um acordo em 2014 e se o diálogo tivesse continuado, algo como o IVA nas ilhas, não teríamos sofrido nesses quatro anos. Acho que houve também erros com o senhor Varoufakis, que propôs um plano B, que não era relevante e que custou imenso dinheiro à Grécia", afirma o comissário Pierre Moscovici.

Mas Moscovici continua a defender que as políticas de austeridade eram mesmo necessárias: "A experiência grega mostra que quando a dívida é muito alta não se pode respirar. A economia não tem ar, não consegue funcionar. E é por isso que é preciso reduzir a dívida, o défice, para recuperar a sua própria soberania. Mas não nos enganemos, não foi a austeridade que criou a crise. Foi, isso sim, porque havia uma crise terrível antes que tivemos de impor medidas de austeridade. Não nos devemos esquecer que o Estado grego não era realmente capaz de funcionar. As estruturas económicas eram de alguma forma artificiais. Havia uma espécie de bolha assente na areia. E tivemos de mudar isso".

O analista, Zsolt Darvas, considera que, apesar da pobreza e da austeridade, a gestão da crise na zona euro melhorou nos últimos anos. "O quadro institucional melhorou imenso e, de facto, a zona euro pode fazer mais agora do que antes. Há vários mecanismos de resgate. O BCE foi encarregado de supervisionar os bancos, o que foi uma reforma grande e muito importante", sublinha.

Mas o analista diz que a Grécia vai precisar em breve de outro resgate, por causa da enorme dívida: "Na minha opinião, dentro de 3 ou 5 anos, há uma grande probabilidade que o Governo grego enfrente problemas financeiros graves e nessa altura um novo programa de resgate será necessário". 

 Zsolt Darvas diz que o verdadeiro pesadelo da zona euro seria se a Itália tivesse problemas de liquidez.

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