Neusa Marin abalada pela condenação do antigo presidente da CBF

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Direitos de autor  REUTERS/Lucas Jackson // José Cruz / Agência Brasil (Arquivo)
De  Francisco Marques
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Mulher de José Maria Marín ficou a saber que o 60.° aniversário de casamento vai ter de o passar com o marido na prisão

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Nem o apelo de um dos advogados de defesa ao lado mais humano da juíza valeu a José Maria Marin, um dos 42 implicados no chamado "FIFA Gate" e agora condenado.

O 60.° aniversário de casamento do antigo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai mesmo ser passado, a 6 de setembro, atrás das grades.

O advogado Charles Stillman pediu clemência por Marin, de 86 anos, garantiu que no íntimo do antigo dirigente "bate o coração de um bom homem" e, citado pelo jornal New York Post, apelou por uma condenação limitada ao tempo que já havia cumprido atrás das grades para poder celebrar junto da esposa o matrimónio.

A juíza Pamela Chen não se deixou comover e deitou por terra as esperanças da defesa ao lembrar que, nos oito meses em que o réu aguardou a sentença na prisão, nem por uma vez Neusa Marin o visitou.

A mulher do antigo dirigente, escreve o mesmo jornal, chegou a abandonar a sala em lágrimas quando a juíza permitiu uma pausa num momento em que o réu perdeu a cabeça, recusou obedecer aos respetivos advogados durante a fase do apelo por clemência e tomou a palavra.

"Estou quase morto. Jesus Cristo carregou uma cruz. Eu carrego duas: a minha e a da minha mulher", gritou o brasileiro antes de desabar em lágrimas e a juíza suspender a sessão.

Na intervenção de apelo, os advogados de defesa ainda tentaram sublinhar a idade avançada de José Maria Marin e a inexistência de risco de reincidência nos crimes de que é acusado.

A juíza retorquiu que "os crimes financeiros no requerem juventude ou vigor", lembrando que o réu começou a aceitar subornos quando já tinha 79 anos e já detinha cerca de $10 milhões (€8,6 milhões).

Pamela Chen descreveu José Maria Marin como um "oficial do mundo do futebol promíscuo e ganacioso", definindo as acções do antigo líder da CBF como "o verdadeiro cancro do desporto que ele diz amar."

"O mundo está a ver", afirmou ainda a juíza antes de ler a sentença.

O antigo presidente da Confederação brasileira de futebol foi condenado a quatro anos de prisão, ao pagamento de avultada multa e à restituição de vários milhões de dólares.

"Devido ao tempo que já cumpriu e ao bom comportamento, falta-lhe passar 18 meses na prisão. Foi também multado em $1,2 milhão (€1 milhão) e está obrigado a restituir $3,35 milhões  (€2,9 milhões)", revelou Julio Barbosa, outro dos advogados de defesa, à saída do tribunal de Brooklyn.

A juíza acedeu apenas à transferência de José Maria Marin da cadeia em Brookly onde tem estado a aguardar a sentença para uma prisão de baixa segurança no estado da Pensilvânia, onde terá melhores condições para cumprir a pena devido aos problemas de saúde relacionados com a idade.

Outras fontes • New York Post, Globo

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