Irão, Rússia e Turquia: Há entendimento, mas sem cessar-fogo à vista para a Síria

Irão, Rússia e Turquia: Há entendimento, mas sem cessar-fogo à vista para a Síria
De  Ricardo Figueira
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A cimeira entre os três países não acabou com um plano para o cessar-fogo, mas foi assinada uma declaração conjunta e há vários pontos de convergência.

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Rússia, Turquia e Irão chegaram a um entendimento sobre o rumo a tomar a respeito da Síria, mas sem acordo para um cessar-fogo. Esta cimeira em Teerão aconteceu nas vésperas de um esperado ataque a Idlib, considerado o último bastião rebelde, e teve como objetivo evitar um banho de sangue. Acabou com uma declaração conjunta com três pontos: Alcançar a paz, chegar à democracia e criar um ambiente seguro para o regresso dos refugiados. O Irão pede também o fim da intervenção norte-americana: "A presença dos Estados Unidos, que tem levado à continuação da instabilidade, tem de terminar imediatamente", disse o presidente Hassan Rouhani.

Os três países têm, à partida, posições diferentes e há divergências que persistem. Enquanto o Irão e a Rússia são aliados próximos do presidente sírio Bashar el-Assad, a Turquia é contra Assad, apoia alguns grupos rebeldes e está também contra os curdos. Para Putin, a prioridade é desalojar os rebeldes de Idlib: "A principal tarefa, nesta altura, é expulsar os grupos armados de Idlib. A presença deles é uma ameaça à segurança dos cidadãos sírios e aos residentes de toda a área", disse o presidente russo.

Já a necessidade de proteger os civis é um ponto unânime. Recep Tayyip Erdoğan teme, sobretudo, uma chegada em massa de novos refugiados sírios à Turquia: "Temos, neste momento, três milhões e meio de refugiados sírios e a população de Idlib é também de três milhões e meio. A Turquia não tem recursos nem capacidade para duplicar o número de refugiados e precisamos de evitar que haja mais migração vinda desta zona", disse o presidente turco.

Idlib tem sido o destino de muitos dos refugiados internos que fogem de outras zonas em conflito na Síria. O ataque em preparação pode ter consequências desastrosas, até porque a população civil serve de escudo humano aos grupos armados. Só uma deposição das armas por parte dos rebeldes pode agora evitar um massacre.

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