Há mais um milhão de crianças em risco de fome

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De  Francisco Marques com Save the Children
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Combates no maior porto comercial do Iémen ameaçam agravar ainda mais a já severa penúria entre os iemenitas

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Há mais um milhão de crianças em risco de fome no Iémen, alerta um novo estudo da organização não-governamental britânica Save the Children (em português, "Salvem as Crianças").

A atualização eleva o número de crianças em risco de fome no Iémen para os 5,2 cinco milhões.

De acordo com o estudo, a redução nas importações de bens e combustíveis está a agravar o acesso das famílias a alimentos básicos e ao transporte de crianças doentes para postos médicos.

A situação ameaça agravar-se devido ao aumento dos combates na cidade costeira de Hodeida, principal porta de entrada de bens e assistência médica para cerca de oitenta por cento da população.

O porto comercial de Hodeida é o maior do Iémen. O risco de vir a ficar danificado pelos combates ou até de vir a ter de suspender a atividade, promete estrangular ainda mais a entrada de bens e combustíveis no país.

O estudo sublinha que mais de um terço da população iemenita não sabe de onde irão receber a próxima refeição.

O Rial Iemenita depreciou quase 180 por cento desde 2015 e o preço da comida inflacionou a uma média de 68 por cento no mesmo período.

A Save the Children indica ser agora preciso despender 600 riais para comprar um dólar, embora os conversores de divisas online como o Oanda ou o XE Currency fixem o câmbio nos 250 riais para adquirir um dólar ou os 290 para um euro.

Há três anos, a ONG dizia ser preciso cerca de 215 riais para comprar um dólar.

O preço de combustíveis como o petróleo, o gasóleo ou o gás de cozinha subiu cerca de 25 por cento entre novembro do ano passado e setembro deste ano. A alimentação duplicou o valor em algumas zonas do país numa questão de dias.

Apesar dos mercados ainda estarem abastecidos, as famílias iemenitas já não são capazes de suportar o preço inclusive de alimentos básicos como pão, leite ou ovos, agravamento a escassez nutritiva das crianças.

As equipas da Save the Children tem recolhidos relatos de alguns lares onde foi assumida a difícil decisão de levar um bebé malnutrido para o hospital em vez de alimentar o resto da família.

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