O candidato de extrema direita tornou-se o alvo da contestação da comunidade LGBTI a uma semana das eleições presidenciais.
Milhares de pessoas encheram as ruas de Copacabana este domingo para a 23ª parada gay do Rio de Janeiro, este ano com um forte simbolismo político.
Na celebração anual dos direitos da comunidade brasileira LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e intersexo), foram muitos os que surgiram com autocolantes com as mensagens "O meu voto é LGBTI" ou "Ele não", em alusão ao candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro.
A uma semana das eleições presidenciais do Brasil, o antigo capitão do exército - conhecido pelas suas declarações homofóbicas e outras posições polémicas - lidera as sondagens e é apontado como favorito a vencer a primeira volta do sufrágio.
"A parada gay é va´lida, porque estamos a viver um retrocesso num mundo em que se prega muito o ódio e a discriminação. Trouxemos uma mensagem diferente: uma mensagem de amor, aceitação e tolerância. Acreditamos que a parada tem todo o seu fundamento", afirmou Michelle dos Santos Fonseca, uma das manifestantes.
A comunidade gay reforça assim a contestação social perante o candidato do Partido Social Liberal, juntando-se aos recentes protestos de mulheres em mais de 60 cidades do Brasil e em pelo menos mais dez países.
As eleições presidenciais brasileiras realizam-se no próximo domingo e contam com 13 candidatos oficiais à sucessão do atual presidente, Michel Temer.