Manifestação antiditadura em São Paulo e Bolsonaro a liderar sondagem

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De  Francisco Marques com Reuters, AP
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Guilherme Boulos (PSOL) organiza protesto após anunciar apoio a Fernando Haddad (PT), que parte a 16 pontos do rival do PSL a pouco mais de duas semanas da segunda volta das presidenciais

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Milhares de pessoas participaram quarta-feira numa manifestação em São Paulo contra o fascismo e o temido regresso do Brasil à ditadura.

O protesto foi organizado por Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), derrotado no escrutínio de domingo, em que nem conseguiu um por cento dos votos, e que agora é um confesso apoiante de Fernando Haddad para a segunda volta das Presidenciais.

A manifestação coincidiu com a divulgação pelo Datafolha, a pedido da TV Globo e do Folha de São Paulo, da primeira sondagem expressamente efetuada sobre o duelo entre Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), e Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), marcado para 28 de outubro.

O candidato da direita, que muitos relacionam à extrema-direita, recolheu 58% dos votos úteis estimados pelo instituto de pesquisa contra 42% do rival da esquerda.

A margem de erro é de dois pontos para cima ou para baixo, o que deixa antever, se a chamada às urnas tivesse acontecido esta quarta-feira, de acordo com as entrevistas a 3235 eleitores em 227 municípios.

O dia ficou também marcado por uma mudança estética nacampanha de Fernando Haddad.

Facebook/fernandohaddad
A nova imagem nas redes sociais da campanha de Haddad e Manuela D'AvilaFacebook/fernandohaddad

A equipa de comunicação decidiu alterar a estratégia, retirou a imagem de Lula da Silva dos cartazes e alterou a tradicional cor vermelha do PT pelo verde e amarelo da bandeira brasileira, no que alguns analistas veem como uma tentativa de se aproximar os eleitores mais centristas e afastar-se do conceito de extrema-esquerda a que os "petistas" são associados.

Ao mesmo tempo, Haddad resolveu ainda lançar um desafio a Bolsonaro, que tem vindo a dizer-se sem condições de enfrentar um debate político com o rival devido à recuperação em curso do ataque à faca sofrido a seis de setembro durante um comício em Minas Gerais.

"Ele disse que não quer ser colocado sob stresse. Eu não vou o stressar. Vou falar com ele da forma mais calma possível. Não vou levantar a voz. Nem sequer vou olhar para ele se isso for algo que o vai preocupar. Farei tudo o que ele quiser para que ele possa expressar o que pensa e debater o país. Seja onde for, com assistência médica ou até na enfermaria se ele quiser", afirmou Haddad.

Em resumo, o candidato do PSL mantém-se favorito à sucessão de Michel Temer como presidente do Brasil, numa altura em que a campanha começa também a ficar marcada por atos de violência.

Uma pessoa afeta ao PT foi assassinada na Bahia após um atrito entre apoiantes rivais.

Haddad e Bolsonaro já se manifestaram contra os atos de violência cometidos no âmbito do processo eleitoral.

Outras fontes • Datafolha, Globo, Estadão

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