Donald Trump sob pressão devido à Arábia Saudita

Donald Trump sob pressão devido à Arábia Saudita
De  Francisco Marques com Reuters
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Presidente começou por dar prioridade aos milionários negócios com Riade, mas agora também exige respostas claras sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi

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O Presidente dos Estados Unidos afinal também não está satisfeito com as explicações da Arábia Saudita sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul.

Durante um comício no Nevada, Donald Trump reiterou ter havido um primeiro grande passo do governo saudita, mas acrescentou a exigência de uma resposta clara sobre o sucedido depois de ter tentado minimizar o caso para garantir os negócios fechados no ano passado com Riade.

A aceitação inicial por Trump das explicações sauditas recebeu críticas de vários quadrantes, mas sobretudo da oposição americana.

O antigo vide-presidente Joe Biden considerou mesmo ter sido embaraçoso para os Estados Unidos a postura benevolente do atual Presidente perante a passividade inicial de Riade em relação ao desaparecimento do jornalista no consulado saudita.

A clarificação agora pedida por Trump surge em linha com a maioria da restante comunidade internacional, em especial com a Turquia e a União Europeia.

Em nome do presidente Recep Tayyp Erdogan, o diretor adjunto do AKP, o partido no governo, garantiu que "a Turquia não vai deixar passar em branco este crime horrendo contra a humanidade".

"A Turquia nunca irá permitir o encobrimento deste crime cometido num consulado que, embora em Istambul, é território da Arábia Saudita", prometeu Numan Kurtulmus.

Pelo lado europeu, Angela Merkel encabeça a lista de vozes a exigir mais transparência à investigação saudita.

O jornalista era um conhecido crítico do príncipe herdeiro e governante de facto do reino saudita, mas a investigação parece proteger Mohammad bin Salman.

A chanceler alemã sublinhou o facto de se estar a "falar muito de um caso ainda com tanto por clarificar". Angela Merkel exige saber o que de facto se passou no consulado saudita em Istambul a dois de outubro.

A chefe da diplomacia europeia, a italiana Federica Mogherini, acrescentou também a exigência de "punição para os responsáveis" pela morte do jornalista.

Antes das exigências internacionais ganharem força, Donald Trump tentou proteger ao máximo a aliança geopolítica e comercial com a Arábia Saudita e preferiu colocar como prioridade os valiosos negócios, na ordem dos 450 mil milhões de dólares, fechados com a Arábia Saudita e que implicam milhões de postos de trabalho, sublinhou o presidente americano, para quem não seria bom ver-se obrigado a cancelar essas receitas.

A investigação turca À morte do jornalista saudita prossegue. As autoridades procuram o corpo numa floresta vizinha do suposto local do crime, o consulado saudita em Istambul

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