Organizações de direitos humanos atentos a Bolsonaro

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Ativistas dos direitos humanos estiveram reunidos em Paris numa cimeira mundial e a eleição do novo presidente brasileiro foi tema de debate.

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O futuro do Brasil sob a presidência de Jair Bolsonaro é um ponto de interrogação sem resposta.

Nas ruas, milhares de brasileiros apoiantes do antigo capitão do Exército deixaram exclamações de apoio e entusiasmo.

Fora das fronteiras do país, no entanto, foram bem maiores as reticências perante a retórica do novo presidente, como explica à euronews Fanny Vrydagh, professora de Ciência Política na Universidade Livre de Bruxelas.

"A priori, não deve haver grandes mudanças a nível económico, porque Bolsonaro prometeu relançar o crescimento económico o mais rápido possível. Então, na questão do acordo de livre comércio, não deve haver nenhuma tensão. Pelo contrário, no que diz respeito aos direitos humanos e a uma política repressiva anunciada por Bolsonaro, a União Europeia pode impor sanções se perceber que há abusos e a situação se agrava", afirma.

O discurso repressor de Jair Bolsonaro durante a campanha contra algumas minorias foi imediatamente criticado por organizações de defesa dos direitos humanos.

Paris acolheu por estes dias a cimeira mundial destas organizações e uma das vozes de preocupação foi a de Anielle Franco, irmã de Marielle, a vereadora do Rio de Janeiro assassinada em março deste ano.

"Espero que Bolsonaro não cumpra todas as promessas, porque quando declara em público que é contra mulheres negras, pobres, homossexuais ou que vai colocar militares nas escolas, sinto que estamos a voltar a 1964 e ao começo da ditadura."

O peso do Brasil na América Latina é algo que inquieta muitos observadores internacionais.

Com esta viragem radical à direita, há quem tema um ressurgimento das ditaduras no continente americano.

"Se você tem a primeira grande economia da América Latina, o maior país da América Latina a entrar no fascismo, a pequena resistência ao fascismo que outras partes da América do Sul ainda têm, vai desmoronar-se", assegura Claudia Samayoa, ativista dos direitos humanos na Guatemala.

A investidura de Jair Bolsonaro está marcada para 1 de janeiro de 2019.

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