As estratégias de comunicação da extrema-direita na Europa

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Liz Fekete diz que a extrema-direita usa o tema da liberdade de expressão para promover uma agenda abertamente racista e xenófoba.

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Os partidos de extrema-direita estão em ascensão na Europa. Na Alemanha, o AfD encontra-se representado nos dezasseis parlamentos regionais. A euronews entrevistou Liz Fekete, autora de um livro sobre o racismo e os partidos de extrema-direita.

"Eles gostam muito de utilizar o tema da liberdade de expressão e estão a alargar os limites dessa liberdade para promover uma agenda abertamente racista e xenófoba. Os partidos de extrema-direita são muito bons nesse domínio. Temos o exemplo do Afd, na Alemanha, um país onde certas coisas se tornaram tabu, como ser abertamente racista ou negar o Holocausto. Esse partido centra-se nessas questões e nesses limites para promover uma certa ideia de nacionalismo e nação onde os alemães são apresentados como um povo mártir, vítima do politicamente correto no domínio da liberdade de expressão. Estão a fazê-lo conscientemente. Voltámos a uma situação em que as coisas que se tinham tornado ilegais, como o incitamento ao racismo, são permitidas e passam a ser a norma. Temos de despertar para essa realidade e os meios de comunicação social também. Se os media adotaram certas grelhas de leitura, se apresentarem a extrema-direita de forma ingénua, será que não estão a ser coniventes com o crescimento desses partidos?", questionou a investigadora britânica.

A Alemanha reconhece comemora as vítimas do nazismo e diz "nunca mais". Mas será que, com o tempo, essa mensagem não será esquecida?

"Angela Merkel pronunciou recentemente um discurso muito forte onde diz que cada vez que morre uma geração que viveu o Holocausto, podemos ver quão fortes são os políticos na sua oposição ao fascismo e ao autoritarismo. Se os políticos não entendem os fatores que dão origem ao fascismo, se não conhecem bem a história, se não criarem estruturas educativas para os jovens aprenderem as causas do fascismo e do autoritarismo, então obviamente o slogan 'nunca mais' deixará de ter sentido", avisa a investigadora.

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