Viagens sustentáveis e éticas: a tendência da indústria do turismo

Viagens sustentáveis e éticas: a tendência da indústria do turismo
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No programa "Spotlight", a Euronews foi conhecer as tendências da indústria do turismo, numa visita à feira internacional World Travel Market, em Londres.

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Viagens e turismo são grandes negócios, valem cerca de 8 biliões de dólares americanos e geram mais de 307 milhões de empregos. Levam-nos a poupar e a gastar dinheiro.

Tendo em vista o potencial do setor, Londres acolheu a feira internacional de turismo World Travel Market (WTM).

O WTM é o principal evento global para a indústria do turismo, com mais de 5 mil expositores e de 51 mil visitantes. É também o lugar perfeito para aprendermos sobre as grandes tendências que vão moldar as nossas experiências de viagem. E nada melhor para começar a visita do que um país com uma herança cultural rica, 22 línguas nacionais e mais de 1000 dialetos: a Índia.

ÍNDIA

Os turistas experientes querem mais pelo dinheiro que gastam. Experiências e viagens de aventura estão no topo da lista de requisitos para uma grande viagem à Índia, mas a digitalização do país mudou a paisagem do turismo no país.

"A tecnologia e a digitalização estão a levar os turistas para novos destinos e também contribuem muito para o turismo sustentável, porque as pessoas partem para ficar com outras pessoas. Quando vão, ficam em casas de família, nas áreas mais remotas, e é a plataforma digital que fornece informações. É assim que agora as pessoas reservam as férias", afirma Rashmi Verna, ministra do turismo da Índia.

Estamos perante o turismo sustentável - a capacidade de causar um impacto positivo no meio ambiente, na sociedade e na economia - a andar de mãos dadas com o turismo ético.

Para a ministra do turismo, "o viajante, hoje em dia, é muito perspicaz e quer que a ética seja mantida e aprofundada. Está a ser dada muita atenção à participação da comunidade local, os turistas não querem que as pessoas locais sejam exploradas. Isso tornou-se num aspecto muito importante de qualquer destino turístico atualmente, porque as pessoas não querem apenas ir e ver paisagens. Agora querem experimentar a cultura local, a culinária local... E, portanto, o envolvimento da comunidade local, também do ponto de vista do turismo esponsável, está a tornar-se muito, muito importante".

MAURÍCIA

No coração do Oceano Índico, a ilha Maurícia está a celebrar o 50º aniversário da independência. Este local de férias é um dos destinos de luxo preferidos. Para o ministro do turismo, a indústria precisa de forjar relações mais próximas com as comunidades locais em desenvolvimento.

"Nenhuma indústria de turismo pode ser sustentável sem envolver toda a comunidade. Nenhum turismo pode ter sucesso a menos que respeite o meio ambiente. Assim, protegemos o meio ambiente, protegemos as comunidades locais e envolvemo-las no desenvolvimento em termos de emprego, de cultura, de entretenimento, de agricultura, pesca, para que as pessoas sintam que pertencem à indústria. E para o turismo sustentável continuar, Temos de ter esse envolvimento e compromisso com a população local", defende o ministro do turismo da Maurícia, Anil Gayan.

O conselho de turismo da Maurícia acredita que uma visão genuína da vida das comunidades locais vai ajudar a impulsionar os números e garantir um experiência mais informada sobre a realidade da ilha.

"Quando um turista chega a um país, precisa saber para onde está a ir. Não basta saber a gastronomia, ter grandes experiências culinárias, ele tem de saber como as pessoas vivem. E o que os faz viver de uma forma que não é perfeita, mas é feliz. E acho que é disso que se trata nas Maurícias", acrescenta o ministro.

GEÓRGIA

Ainda pouco conhecida do grande público, a Geórgia aposta numa campanha de turismo que envolve os turistas na promoção do país. O meio privilegiado é o digital, conforme revela Anna Kekelia, diretora da Administração Nacional de Turismo da Geórgia. "80% do nosso orçamento de marketing vai para o digital. Tentamos incluir bloggers e influenciadores que escrevem sobre a Geórgia. No ano passado tivemos uma campanha muito interessante. Através de inteligência artificial, reunimos o que foi publicado em 2017 nas redes sociais e criámos um guia digital".

Tal como na Índia e na Maurícia, na Geórgia acreditam que o envolvimento dos locais é fundamental para a indústria. Mas o turismo responsável também exige educação. "É muito importante educar também as pessoas que moram nos lugares e educá-los sobre a importância do turismo sustentável", defende Anna Kekelia.

JAPÃO

Há uma nação que promete mudar o turismo através do desporto, nos próximos dois anos. O Japão vai receber o Mundial de Râguebi de 2019 e os Jogos Olímpicos, em 2020. Mas há muito mais para oferecer aos fãs de desporto e não só" .

País de grande beleza natural, rico em cultura e história, o Japão está a viver um boom de viagens sem precedentes. O maior evento de râguebi do mundo vai trazer, no próximo ano, cerca de 1 milhão e 800 mil espectadores e gerar 2 mil milhões de dólares americanos na economia japonesa. Os visitantes também vão ser incentivados a explorar destinos alternativos fora do comum, numa tentativa de abraçar e promover as viagens sustentáveis e éticas.

DUBAI

Com dois anos até à Expo 2020, todos os olhos estão postos no cenário em mudança do Dubai. É a primeira vez que a feira mundial vai ser realizada no Médio Oriente, Norte de África e Sul da Ásia, sendo esperados até 100 milhões de visitantes. Momentos empolgantes, mas também inovadores, como explica Gillian Hamburger, vice-presidente da EXPO 2020: "Estamos a usar a Expo 2020 como uma plataforma de seis meses para receber o mundo. Queremos receber os viajantes e dizer "voltem outra vez e outra vez e outra vez " e há tanta coisa para fazer nos Emirados Árabes Unidos que vão precisar realmente de voltar e voltar e voltar. E é o turismo sustentável que proporciona ofertas exclusivas, coisas diferentes para ver a toda a hora. Estamos num momentoem que podemos contruir a partir daqui o futuro”.

Um turismo à escala mundial é o objetivo do Dubai. A cidade promete ser o ponto mais conectado do mundo até 2020, graças ao 5G e a infraestruturas de tecnologia digital. Mas o destaque vai para os planos a longo prazo para causar impacto nas memórias de quem visita o país.

De acordo com Gillian Hamburger, "as pessoas estão à procura de experiências. Não se trata apenas de quem procura paisagens para tirar selfies., temos uma tonelada dessas experiências para oferecer. Queremos sobretudo imergir as pessoas na cultura. Se quiser assistir a uma aula de culinária, se quiser aprender sobre as noites estreladas no deserto, conhecer mais sobre astronomia e a interpretação da história árabe, nós vamos ter isso. Eu acho que é realmente uma experiência imersiva que vai permitir às pessoas dizer na partida "eu aprendi alguma coisa".

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EGITO

As pirâmides, o Vale dos Reis, o Mar Vermelho e o Rio Nilo são apenas algumas das principais atrações para os 8 milhões de pessoas que visitaram o Egito no ano passado. Enquanto assiste a uma bem-vinda reviravolta no número de visitantes, o país tem já planeada a contrução do Grande Museu do Egito, no valor de mil milhões de dólares".

"Temos um museu muito grande a abrir portas em 2020, o Grande Museu do Egito, que vai ser um dos maiores museus do mundo. Tem o maior investimento de mil milhões de dólares ... é o único museu onde vai poder ficar de pé e ter as pirâmides como pano de fundo. Esperamos que todos tenham a oportunidade de o visitar. Será o presente do Egito para o mundo", afirma o ministra do turismo Rania Al-Mashat .

O governo oferece novas oportunidades de investimento para a indústria do turismo e trabalha com afinco para diversificar a base de visitantes, contribuindo para o turismo responsável, conforme adianta a responsável pela pasta do turismo no país: "Todos hoje são mais cautelosos com o meio ambiente. O Ministério do Turismo está a lançar um novo programa e, nesse programa, as metas são basicamente adaptadas para garantir que todas as reformas que fazemos sejam compatíveis com as metas de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Portanto, quer seja o empoderamento das mulheres, o fim da pobreza, ou criar comunidades em torno dos lugares que as pessoas visitam todas elas são metas muito importantes que vamos tentar alcançar",

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