Coletes amarelos mantêm pressão sobre o governo

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De  Joao Duarte Ferreira
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Governo de Macron recua e suspende aplicação dos aumentos sobre os combustíveis

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A violência no centro de Paris e não só representou um choque para o governo de Emmanuel Macron.

Após os confrontos do fim-de-semana passado, o primeiro-ministro Edouard Philippe anunciou a suspensão dos controversos impostos sobre o combustível.

"Se a maioria nos convenceu a mudar, então é isso que devemos fazer. É preciso ser surdo ou cego para não ver e escutar a fúria que predomina nas ruas. Mas os impostos não devem colocar em perigo a unidade da nação", anunciou Edouard Philippe na Assembleia Nacional.

O primeiro-ministro discursou na Assembleia Nacional explicando que os impostos na origem das manifestações seriam suspensos por um período de seis meses para abrir espaço ao diálogo.

A reação dos deputados não se fez esperar.

"Se a sua única resposta Sr. Primeiro-Ministro, é a suspensão dos impostos de Macron sobre os combustíveis, então é porque não se apercebeu da gravidade da situação. Este anúncio condena os franceses a alguns meses de adiamento. O que eles lhe estão a pedir não é a suspensão mas o cancelamento das taxas. Sr Primeiro-ministro, ee muito pouco, muito tarde", adiantou Damien Abad, deputado para o partido de direita, Les Republicains.

Por enquanto, a reação dos manifestantes é continuar com as manifestações. O que começou como um protesto contra a subida dos impostos tornou-se agora um movimento anti-Macron que muitos acusam de favorecer os ricos.

"O meu pai era mineiro e trabalhou muito na sua vida. Ele participou no maio de 68 e não tenho vergonha. Graças ao maio de 68 conseguimos mais 30% em poder de compra. O Sr. Macron precisa de escutar as pessoas, porque não está a escutar as pessoas e também porque existe miséria em França", afirma uma das ativistas.

O movimento dos "coletes amarelos" poderá agora tornar-se em algo muito maior.

Estudantes franceses descontentes com reformas na educação já anunciaram apoio aos coletes amarelos. E dois sindicatos dos transportes anunciaram greves para o fim de semana.

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