Concurso de beleza de penitenciária do Rio de Janeiro, coroou este ano Verônica Verone, condenada por assassinar o namorado num motel.
PUBLICIDADEÉ a típica azáfama antes de um concurso de beleza, tratar dos cabelos, maquilhagem, vestidos.
Mas este é um concurso com uma particularidade. As participantes são reclusas da penitenciária Talavera Bruce, no Rio de Janeiro.
Raquel Rodrigues, de 28 anos, está feliz por participar e poder estar com a filha.
"Vou fazer cinco anos já presa. Quando vim presa a minha filha tinha nove meses, agora tem cinco anos. Há muito tempo que não a vejo. Hoje consegui uma autorização, uma oportunidade para a ver, então estou bastante feliz."
Ao todo, inscreveram-se 70 detidas mas só dez chegaram à final. Desfilaram com trajes de praia e de gala para os juízes e para as famílias.
Por algumas horas, puderam esquecer a tristeza e isolamento da prisão.
O concurso repete-se desde 2005 e sempre com um objetivo em mente, como refere Ana Cristina Faulhaber, coordenadora das prisões femininas e LGBT do Rio de Janeiro:
"É muito importante esses eventos para levantar a autoestima dessa mulher, para dar visibilidade para esse tema, para mostrar para elas que elas não são mais invisíveis como as pessoas falam. Trazendo atividades para cá é uma forma de ressocializá-las, de elas pensarem, uma forma de mudar".
No final, Verónica Verone, de 25 anos, foi coroada a nova miss Talavera Bruce.
Há sete anos que está presa pelo assassinato do namorado num motel do Rio de Janeiro.